A NASA preparava-se para fazer história, com a recolha das primeiras amostras de rochas em Marte, através do seu rover Perseverance que chegou ao planeta em fevereiro. O rover analisou diversos locais na cratera de Jazero nos últimos meses, e na sexta-feira recolheu uma amostra de rocha para analisar, ficando a sua análise para sábado, dados que seriam depois enviados para a equipa de investigadores na Terra.
Mas segundo a agência espacial norte-americana, quando foram dadas as instruções para processar a amostra, os dados obtidos revelaram que o tubo estava vazio, ou seja, não tinha sido recolhida nenhuma rocha. A NASA explica que o rover carrega 43 tubos de titânio para guardar amostras de rochas e rególito composto por rochas e pó, para análise futura na Terra.
Veja algumas fotos do Perseverance durante o processo de recolha da primeira amostra de rocha:
Os investigadores afirmam que apesar de não ter tido sucesso na primeira tentativa, da qual estavam à espera de sucesso, que existe sempre um risco quando se desbrava novos caminhos. A equipa vai agora analisar o que se passou e encontrar a solução para futuras tentativas.
Os cientistas ainda não sabem ao certo o que se passou, pois tanto a broca de perfuração, o mecanismo de recolha e o tubo de amostras funcionaram como pretendido, mas a sonda indicou que o reservatório estava vazio. A primeira teoria é que a rocha possa ter reagido de uma forma inesperada durante o processo de limpeza. No entanto, o equipamento não sofreu qualquer dano.
É referido que todo o processo é feito de forma autónoma, do início ao fim, e um dos passos feitos depois de colocar a sonda no tubo de amostras é medir o volume. E ao que tudo indica, a sonda não encontrou a resistência que seria de esperar se a amostra estivesse dentro do tubo.
O primeiro passo de investigação é usar o sensor de imagem WATSON localizado no braço robótico do Perseverance para captar imagens aproximadas do orifício. Depois de compreender o que se passa nos próximos dias, a equipa vai decidir quando será agendada a próxima tentativa de recolha de amostras.
A NASA explica que em anteriores missões em Marte foram encontradas propriedades surpreendentes nas rochas e rególito durante a recolha de amostras e outras atividades. Em 2008, foi referido que na missão Phoenix de recolha de amostras do solo, este revelou-se “pegajoso” e difícil de o mover para os instrumentos científicos a bordo, necessitando de múltiplas tentativas até se conseguir obter sucesso. Já o Curiosity tentou perfurar rochas que se revelaram bem mais duras ou mais frágeis do que o que se esperava. E mais recentemente, a sonda de calor do lander InSight, foi incapaz de perfurar a superfície de Marte como planeado. “Estou desde início em todas as missões com rovers, e este planeta está sempre a ensinar-nos o que ainda não sabemos sobre ele", disse a gestora do projeto do Perseverance, Jennifer Trosper, confirmando que não é novidade ter complicações nas primeiras tentativas de uma nova atividade complexa.
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