O terramoto em Marrocos já fez mais de 2.800 mortos e ainda estão a ser avaliados os rastos de destruição deixados pelo sismo de magnitude 6.8 registado na noite de 8 de setembro de 2023. As imagens partilhadas pelos vários sistemas de satélite ajudam a ter uma noção do que se passa no terreno e agora a Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês) revela a informação que o sistema de emergência está a fornecer às equipas no terreno.

O sismo foi registado a cerca de 75 km de Marraquexe, nas montanhas do Atlas, numa região que se situa junto das falhas geológicas das placas tectónicas da Europa e África mas onde não é comum registarem-se terramotos. A estimativa é que mais de 1.660 edifícios tenham sido destruídos.

A ESA colocou várias das ferramentas do Copernicus ao serviço das equipas de investigação. O radar do Sentinel-1  está a ser usado para analisar a forma como o terreno se deslocou depois do sismo, o que pode ser útil para planeamento da reconstrução e investigação científica e os dados estão a ser combinados com os do sistema francês Pléiades.

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A Diretora de Programas de Observação da Terra da ESA, Simonetta Cheli, explica que “os satélites que orbitam a Terra são únicos na sua capacidade de fornecer não apenas vistas amplas das áreas afetadas, mas também informações muito detalhadas, como vimos aqui, fornecidas pela missão Pléiades".

“Como a missão Copernicus Sentinel-1 usa um radar, pode ver através das nuvens, por isso também é frequentemente usado para mapear inundações graves. No caso do terramoto em Marrocos, o valor da missão tem sido medir como a superfície se deslocou, o que será importante quando a crise imediata terminar e a restauração puder começar”, explica Simonetta Cheli.

No início da semana já tinham sido divulgados dados e mapas, incluindo do  retratos sismológico da zona da Península Ibérica e do Norte de África.

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A Maxar também já partilhou imagens captadas pelos satélites na região e abriu o acesso aos dados com o seu Open Data Program, onde se compromete a divulgar informação com licença Creative Commons para fins não comerciais e há datasets disponíveis no GitHub.

À semelhança do que aconteceu na Turquia e na Síria em 2022, as imagens de satélite das várias plataformas oferecem uma visão alargada dos estragos feitos pelo sismo e nos próximos dias devem ser revelados mais detalhes.