Pousou no dia 22 de fevereiro, depois do lançamento bem-sucedido uns dias antes, como a primeira missão privada a conseguir colocar uma sonda na Lua e assinalando o regresso da NASA ao satélite natural cinquenta anos depois.

As primeiras notícias foram positivas, mas entretanto a equipa de controlo apurou que, após uma descida agitada devido a uma falha no sistema de navegação, a Odysseus teria ficado com um dos pés preso na superfície lunar e caído de lado, num plano inclinado.

Na altura a sonda manteve a capacidade operacional, embora a posição pudesse comprometer a comunicação, já que as antenas posicionadas no topo do módulo de pouso para facilitar as comunicações no polo sul da Lua, uma região montanhosa, cheia de crateras e com pouca luz solar, acabaram apontadas para o solo. 

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Apesar disso, alguns dos painéis solares ainda conseguiram continuar a funcionar e a fornecer energia. Contudo, era incerto que as baterias do engenho sobrevivessem ao frio glacial da noite lunar e a Odysseus foi “adormecida” após sete dias na superfície do satélite natural.

A Intuitive Machines começou a ouvir o sinal de despertar de “Odie”, diminutivo como era tratada pela equipa, a 20 de março, quando se previa que a luz solar fosse suficiente para potencialmente carregar o sistema da sonda e ligar as comunicações rádio, mas três dias depois confirmaram-se as projeções iniciais de que Odie não voltaria a “ligar para casa”.

Apesar da "morte" da sonda, a estada lunar da Odysseus foi considerada um sucesso. “A Odie desapareceu permanentemente depois de cimentar o seu legado na história como o primeiro módulo lunar comercial a pousar na Lua”, refere a Intuitive Machines em comunicado.

Mais de 50 anos depois de os humanos terem pisado a Lua pela primeira vez - em 1969 -, o satélite natural da Terra voltou a ser o centro de uma corrida mundial e tanto os EUA como a Rússia sonham em reviver a glória espacial de outros tempos.

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Mas há mais países na “corrida lunar”. O Japão tornou-se no quinto país a ter conseguido pousar uma nave na Lua, em janeiro deste ano.

Teve uma descida acidentada que afetou um dos seus motores, mas a 19 de janeiro último a sonda japonesa SLIM conseguiu chegar à Lua e comunicar com a Terra. Por ter pousado de forma inclinada com as células fotovoltaicas viradas para oeste, ficou sem receber luz solar como era suposto. O problema foi ultrapassado na altura, mas como não há duas sem três, enfrentou depois um novo desafio - que parece ter sido superado com sucesso.

Após ter a energia cortada por problemas com os seus painéis solares, a SLIM sobreviveu a duas semanas de rigorosa noite lunar, e “acordou”, conseguindo restabelecer a comunicação com a Terra e inclusive enviar imagens inéditas da superfície lunar.