As missões da SpaceX parecem estar a entrar numa rotina de perfeição, mas há sempre imprevistos, como nota a empresa na comunicação que fez depois do sétimo voo da  Starship. "O primeiro teste de voo da Starship de 2025 decorreu com metas ambiciosas e serviu como um lembrete de que os testes de desenvolvimento, por definição, podem ser imprevisíveis", lembra a empresa.

"A Starship sofreu uma rápida desmontagem não programada durante a sua subida. As equipas continuarão a analisar os dados do teste de voo de hoje para compreender melhor o problema. Com um teste como este, o sucesso vem do que aprendemos, e o voo de hoje vai ajudar-nos a melhorar a Starship", dá conta a mensagem na rede social X. 

O voo de teste destinava-se a aperfeiçoar a Starship e a preparar para missões interplanetárias, com alterações no design da nave e melhorias na capacidade de reutilizar o booster que a lança, o Super Heavy. Estava inicialmente previsto para 13 de janeiro, a partir da base da empresa no Texas mas foi adiado por questões técnicas, partindo poucas horas depois do lançamento do foguetão New Glenn de Jeff Bezos.

À partida tudo parecia correr bem mas a equipa de controle perdeu a comunicação com a nave, aparentemente devido a uma anomalia no módulo superior. Pouco depois confirmou-se a explosão, que iluminou os céus sobre o mar das caraíbas.

Elon Musk comentou que o sucesso é incerto mas o entretenimento é garantido, partilhando o vídeo na sua rede social.

A nave espacial deveria sobrevoar o Golfo do México num quase loop à volta do mundo, semelhante aos voos de teste anteriores. A SpaceX equipou-o com 10 satélites fictícios para praticar o lançamento no espaço, mas não chegou a concretizar este passo da missão.

Apesar do desastre, a recolha do módulo Super Heavy com o Mechazilla foi um sucesso, cerca de 10 minutos depois do lançamento, em mais um passo para garantir a reutilização completa do foguetão da empresa, que é essencial para o futuro das viagens espaciais que estão planeadas, nomeadamente a Marte, numa missão não tripulada já em 2026.

A recolha do Super Heavy é um dos passos dos testes que a SpaceX está a demorar a afinar, o que não é de admirar devido à dimensão do módulo e à velocidade a que chega à base, o Mechazilla. No quinto voo o booster regressou à rampa de lançamento e foi apanhado com sucesso pelos braços da torre, mas o sexto não correu bem, porque os braços da torre ficaram danificados, com a equipa a decidir redirecionar o booster para o mar, por questões de segurança.

Veja algumas imagens desta missão

A empresa de Elon Musk partilhou ainda o vídeo da explosão sónica que foi ouvida com a reentrada do módulo com os 33 motores do Raptor, que ultrapassou a velocidade do som.

Apesar da explosão a SpaceX sublinha que este foi um teste bem sucedido e que permitiu à empresa aprender mais para aumentar a fiabilidade dos voos e da Starship. Os dados já estão a ser analisados para perceber a causa do problema e a empresa nota também que todos os destroços da explosão devem ter caído em zonas sem perigo mas pede para ser contactada se alguém encontrar algum pedaço da nave.