A UpHill, grupo Luz Saúde e a Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI) obtiveram a aprovação para um projeto de investigação e desenvolvimento num valor de um milhão de euros chamado addPAth. O objetivo é otimizar o sistema de percursos clínicos (clinical pathways), que garante aos doentes um tratamento de acordo com a melhor evidência científica, e dessa forma obter os melhores resultados em saúde.
No comunicado, é explicado que desde o primeiro contacto com o doente até ao seu diagnóstico, receber atos médicos ou tratamentos, há uma linha de várias decisões clínicas que um profissional de saúde tem de tomar, e estas devem basear-se em evidências científicas atualizadas e aplicáveis a cada caso. A DGS e outras entidades científicas têm vindo a trabalhar nas orientações clínicas para auxiliar os médicos.
Estima-se que o erro clínico custe cerca de 19 mil milhões de dólares por ano nos Estados Unidos. E em Portugal, a taxa de eventos adversos que podiam ser evitados em ambiente intra-hospitalar rodam os 11%, mas existem outras problemáticas de maior relevância do que apenas o erro clínico.
Apesar das decisões clínicas terem sempre um grau de incerteza, seja de natureza técnica, pessoal ou conceptual, será possível mitigar esses problemas através de informação mais detalhada, atualizada, multidimensional e confiável, relacionada com a respetiva doença ou síndrome em causa, diz Eduardo Freire Rodrigues CEO da UpHill. “É precisamente neste ponto que a UpHill tem vindo a focar, com o desenvolvimento de algoritmos de apoio à decisão clínica, e que agora vai elevar para um novo patamar”, acrescenta.
O addPAth funciona como uma espécie de GPS para guiar os cuidados de saúde, oferecendo respostas e soluções que ainda obstruem a adoção do sistema clinical pathways. O projeto posiciona-se como uma componente para a implementação generalizada da Saúde baseada em evidência, tanto a nível local, como nacional e internacional.
A tecnologia baseada em inteligência artificial vai permitir melhorar a transposição das evidências científicas para o seu uso efetivo na prestação dos cuidados médicos. “Aspetos como o ritmo de produção da evidência, as necessidades das unidades de saúde e a adequação das recomendações à prática clínica são frequentemente apontados como barreiras para a implementação e adoção das melhores práticas em saúde”, é referido no comunicado.
Já o Grupo Luz Saúde, nas palavras de Filipe Costa, o seu projeto de Saúde Baseada no Valor pretende melhorar essa cadeia ao longo de todo o ciclo de cuidados. A tecnologia, para além de melhores resultados para os doentes, reduz a necessidade de prestação de cuidados, diminuindo assim também os custos associados.
A vice-reitora da UBI, Sílvia Socorro, diz que este projeto terá um grande impacto na melhoria nas decisões clínicas, tanto para os profissionais de saúde que melhoram o seu desempenho, como os doentes que beneficiam de decisões mais eficazes. “De referir ainda que o projeto addPath e a capacidade de inovação que lhe está associada estão em linha com os mais recentes avanços a nível internacional nesta área, esperando-se assim resultados muito promissores”, acrescenta.
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