Criar uma plataforma de robótica móvel e software de base num modelo open source para ser utilizado a nível nacional, por universidades, centros de investigação e empresas. A proposta nasceu do debate que se seguiu à coonferência Robótica no Mapa, organizada pela Sociedade Portuguesa de Robótica – SPR nas 4as Jornadas de Inovação.

"A robótica é cara. É cara nos equipamentos, no tempo, no desenvolvimento, na segurança, na fiabilidade. Um desafio grande era baixar os custos de desenvolvimento para acelerar o desenvolvimento". Foi assim que José Santos-Victor, do Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico, introduziu o projecto.

O objectivo é unir centros de investigação, grandes, pequenas e médias empresas, no sentido de partilhar tecnologia. Colocar ao dispor de todos aquilo que cada um actualmente já faz de melhor, ganhando em tempo e custos. Assim, de cada vez que fosse necessário trabalhar sobre uma base de robótica móvel, recorrer-se-ía ao modelo, investindo apenas no seu desenvolvimento na área em que se pretende inovar.

Uniformizar, "porque há muita gente a fazer coisas parecidas, isto iria permitir-nos trabalhar sobre uma só plataforma", acredita o investigador do IST. Poupar tempo e dinheiro no que é tecnologia já conhecida que seriam aplicados no desenvolvimento naquilo que é, de facto, inovação.

João Sentieiro, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, questionou o retorno económico de um projecto como este: “o que é que levaria os empresários a alinhar na estratégia?”, indagou.

José Santos-Victor dá como exemplo o robô humanoide RobotCub – uma plataforma opensource que se prevê que a meio do ano que vem já conte com 20 exemplares na Europa, fazendo desta a maior comunidade de humanoides no mundo inteiro.

Paulo Monteiro, da ABB Robótica, alertou para a necessidade de “chegar até às empresas, de mostrar as soluções”. Assumindo que se vive um divórcio entre as empresas e as universidades, afiança que, tanto as grandes empresas como as PMEs, “se virem um projecto interessante e com viabilidade, terão todo o interesse em colocá-lo no mercado”

Joana Fernandes