As vendas mundiais de computadores pessoais continuaram a sua tendência descendente durante o terceiro trimestre, de acordo com dois estudos divulgados ontem pelas empresas de estudos de mercado Gartner e IDC. Segundo estas companhias, os efeitos dos atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque e Washington fizeram-se sentir com força também neste sector, reduzindo ainda mais a já fraca procura dos consumidores por PCs.
A comercialização de PCs - que, pela primeira vez desde o ano passado, desceu em termos comparativos de ano para ano neste último trimestre - registou uma redução de mais de 10 pontos percentuais nestes três meses em relação ao mesmo período de 2000.
Segundo os dados da Gartner, foram comercializadas 30,7 milhões de unidades durante o trimestre, o que representa uma diminuição de 11,6 por cento em comparação com o ano de 2000. Pelo seu lado, a IDC estima que foram vendidas 29,1 milhões de unidades, o que significou um decréscimo de 13,7 por cento no terceiro trimestre, de acordo com a informação da Reuters.
Para além dos ataques de 11 de Setembro, a IDC apontou que a descida da procura na Ásia e na Europa foi outro factor que contribui para a quebra das vendas. A Gartner espera que a Europa, o Médio Oriente e a África obtenham descidas percentuais de dois dígitos nas vendas. A Gartner afirmou em comunicado que prevê actualmente que as vendas globais de PCs diminuam seis por cento de 2000 para 2001.
Segundo refere a agência Reuters, a IDC avisou os seus clientes no início deste mês que, devido ao abrandamento do mercado relacionado com os ataques, prevê uma queda de 4,7 por cento. No mês passado, esta empresa de estudos de mercado estimou que a comercialização mundial de computadores iria sofrer um declínio de cerca de dois por cento de 2000 para 2001.
A Dell manteve-se mais uma vez no primeiro lugar dos maiores fabricantes mundiais de computadores - posição que ocupa desde o primeiro trimestre - alargando a sua margem de distância face às concorrentes. Segundo a Gartner, a empresa de Michael Dell detém agora 13,8 por cento do mercado, uma subida sustentada face aos 11 por cento que tinha no ano passado.
A companhia afirmou que as vendas não tinham sido afectadas pelos trágicos incidentes de 11 de Setembro e que espera manter as suas previsões para o corrente trimestre fiscal que abrange o mês de Outubro.
Por seu lado, a Compaq possui 10,4 por cento do mercado mundial, um decréscimo face aos 13,4 por cento do mesmo período de 2000. Compaq divulgou no início deste mês que as suas vendas a seguir aos ataques foram fracas. A empresa vai apresentar resultados financeiros no dia 23 de Outubro. Segundo a Gartner, a fusão com a Hewlett-Packard também influenciou negativamente a Compaq.
A sua antiga concorrente HP, por seu lado, diminui de 7,5 por cento para 6,4 por cento a sua quota de mercado, registando o crescimento mais lento - em termos de vendas mundiais - desde Janeiro de 1997, afirmou a Gartner.
Segundo a companhia de estudos de mercado, a quota da IBM no mercado mundial de PCs diminui de sete para 6,6 por cento no mesmo trimestre do ano passado, ao passo que a japonesa NEC verificou um declínio de 4,2 para 3,4 por cento no terceiro trimestre de 2000.
A Gateway manteve o seu lugar enquanto quarto maior fabricante de computadores pessoais nos Estados Unidos, apesar de ter perdido quota de mercado - de nove para 7,4 por cento. Por seu lado, a IBM conquistou quota de mercado nos Estados Unidos, embora tenha deixado de vender PCs no sector de consumidores. A sua penetração no mercado subiu de 5,5 para 6,3 por cento.
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