Depois da África do Sul também o Brasil e a Índia contestaram a classificação do padrão Open XML como norma ISO. O processo de normalização do também conhecido como OOXML terminou no final de Março, depois de uma primeira votação ao nível dos corpos de normalização dos vários países que seguem estas normas. O processo gerou centenas de críticas e sugestões de alteração ao draft inicial o que obrigou à nomeação de um grupo para analisar as sugestões e garantir melhorias, culminou com uma nova votação de cúpula que aprovou a versão reformulada.



Na passada sexta-feira soube-se que a África do Sul escreveu à ISO contestando a forma como a proposta de norma, apresentada por um consórcio liderado pela Microsoft, foi aprovada e pedindo uma nova análise. Agora a Comissão Internacional de Electrotecnia (CIE), organismo que com a ISO gere todo o processo, revela que também o Brasil e a Índia remeterem pedido idêntico, considerando que o tempo do comité para avaliar as propostas de alteração foi demasiado curto, fazendo com que muitas alterações fossem aprovadas sem sequer serem discutidas. Tudo em nome da rapidez de um processo que depois da aprovação final perdeu o ritmo. Isto porque a publicação da norma já deveria ter sido feita, tendo em conta os timings definidos no processo, a par com o seu envio para os vários corpos de normalização a nível nacional, o que ainda não aconteceu.



A submissão da proposta de norma foi feita em processo Fast Track. Uma possibilidade prevista pelo organismo normalizador que permite acelerar o processo de avaliação de uma proposta e respectiva normalização. Neste modelo, se o draft da norma não é aceite sem sugestões de alteração é definido um grupo para discutir melhorias sugeridas pelos grupos nacionais e garantir a actualização da proposta. Os países justificam que este grupo teve apenas cinco dias para analisar mais de mil propostas de alteração.



Os apelos recebidos pela CIE podem não ter sido os únicos a chegar aos organismos internacionais de normalização, mas a ISO já fez saber que só fornece dados sobre eventuais apelos recebidos no seu seio no próximo dia 6 de Junho, dia em que irá decorrer um a reunião do Technical Management Board.



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