Em 1999, o Laboratório para a Ciência da Computação do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) enterrou no seu campus uma cápsula do tempo. O conteúdo da cápsula, desenhada por Frank Gehry, estava protegido por um puzzle criptográfico criado pelo professor do MIT Ron Rivest, com o objetivo de o manter guardado durante décadas.

No entanto, no passado dia 16 de maio, o programador belga Bernard Fabrot conseguiu resolver o cálculo complexo, revelando o conteúdo da cápsula vinte anos depois. Daniela Rus, atual diretora do Laboratório para a Ciência da Computação do MIT, e os seus antecessores Anant Agarwal e Ed Fredkin, apresentaram na semana passada o que foi descoberto na cápsula do tempo.

No seu interior, foi encontrada a proposta original de Tim Berners-Lee para a World Wide Web, escrita em 1992. O documento estabelecia as regras que governavam o protocolo HTTP e a forma como a linguagem HTML deveria funcionar, descrevendo até a aparência gráfica do conteúdo da internet.

Para além disso, a cápsula inclui o primeiro produto de sempre da Microsoft: o interpretador BASIC que Bill Gates e Paul Allen codificaram para o computador Altair em 1975. Foi ainda encontrado o manual de utilizador do VisiCalc, o primeiro programa de folha de cálculo de sempre (precursor do Lotus 1-2-3 e do Excel), criado para o Apple II por dois estudantes do MIT em 1979.

No interior da cápsula encontrou-se também um documento de pesquisa de 1978, que serviu de base para os algoritmos de encriptação RSA, sem os quais o e-commerce não seria hoje possível. Os diretores descobriram ainda um artigo de 1962 do MIT, que define como partilhar o poder de processamento de um computador entre vários utilizadores em simultâneo.

De acordo com Daniela Rus, esta não foi a única cápsula enterrada no campus do MIT. Uma outra, enterrada sob o edifício Cyclotron, será revelada quando começar a construção de um outro edifício no mesmo local. Existe ainda uma terceira cápsula, enterrada em 1957, que foi inadvertidamente descoberta enquanto se realizavam obras no campus, em 2015. O conteúdo desta cápsula do tempo nunca foi revelado e está hermeticamente fechada de modo a evitar a sua decomposição, uma vez que foi criada com o propósito de ser aberta ao fim de mil anos, ou seja, em 2957.

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