Os números não enganam e há cada vez mais ciberataques relacionados com o coronavírus. A pandemia está a servir de camuflagem a ataques cibernéticos e a Check Point Research afirma que está a detetar 2.600 ciberataques em média por dia, tendo mesmo registado um pico de 5.000 no dia 28 de março. Ainda assim, o volume geral mensal de ciberataques decresceu 17%.
A especialista afirma que foram registados 30.103 novos domínios relacionados ao coronavírus nas últimas semanas, dos quais 131 foram confirmados como maliciosos e 2.777 são suspeitos. Desde o início da pandemia foram registados 51.000 domínios relacionados com o coronavírus desde o início. De salientar ainda, que as tentativas de phishing relacionadas com dados de pagamento do Netflix duplicaram.
A empresa refere que 84% dos eventos são ativados através de websites de phishing e que cerca de 2% envolvem as vítimas a aceder a websites maliciosos através de smartphones. Entre os domínios e ficheiros relacionados com o ataque incluem as palavras corona e covid, sendo que alguns deles foram distribuídos tendo os termos listados no assunto do email.
Ainda relacionado com o Netflix, a Check Point alerta os utilizadores dos emails recebidos com ataques de phishing por websites que se tentam fazer passar pela plataforma de streaming. A maior parte desses websites foram registados nos últimos meses, incluindo domínios associados ao coronavírus, incluindo netflixcovid19s.com. Alguns apresentam opções de pagamento como tentativa de extrair, de forma fraudulenta, detalhes de pagamento dos utilizadores.
“A grande inclinação para ciberataques relacionados com o coronavírus está correlacionado com as notícias pessimistas provenientes com os EUA e a Europa. Ao mesmo tempo que o número de casualidades aumenta, também o número de ciberataques relacionados com o vírus. Podemos esperar que esta tendência se mantenha no curto prazo,” declara Omer Dembinsky, Data Manager of Threat Intelligence na Check Point.
A especialista aponta ainda o foco dos seus alvos, direcionando-os para os utilizadores nas suas casas, atacando as plataformas mais populares como o Netflix e o Zoom. Nesse sentido, foi notado um aumento no número registos de domínios “Zoom” (1.700) e ficheiros com o mesmo nome, sendo que 25% foram feitos na última semana.
Para que os utilizadores se protejam, a especialista em cibersegurança deixa algumas dicas práticas, tais como verificar os domínios parecidos, verificar erros gramaticais em emails e websites, assim como remetentes de email desconhecidos. Devem utilizar fontes autênticas na aquisição de bens e nunca clicar em links promocionais em emails. Deverá procurar os respetivos retalhistas ou pesquisar pelos mesmos no Google. As ofertas especiais de bens, como descontos de várias dezenas de euros deve suscitar desconfiança. Além de promessas para a cura do coronavírus, que ainda não existe.
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