Embora Steve Jobs seja fundador da Apple, o Macintosh não foi ideia sua. "O homem por detrás do Mac" era um empregado de 31 anos, de nome Jef Raskin, que em 1979 estava encarregue de desenvolver uma máquina de jogos de baixo-custo, mas que tinha em ideia outros projectos.



"Havia algo com que andava a sonhar há algum tempo, a que tinha dado o nome de Macintosh. A coisa mais importante nele é que seria desenhado de uma perspectiva humana, o que na altura era algo totalmente incompreensível", justifica. A ideia concebida levou à criação de um computador que pela primeira vez introduziu o interface gráfico de utilizador (GUI).



Raskin concebeu o computador da perspectiva "Person in the Street", conhecida pela abreviatura PITS. Na lista de desejos do ex-investigador do Xerox PARC, o Mac integrava, entre outras coisas, um microprocessador de 8 bits com 64K de memória RAM, uma porta de série, um modem, um relógio, um ecrã de 9 polegadas e uma drive de disquetes de 5,25 polegadas.



Raskin desejava igualmente um novo interface onde tudo - escrever, calcular, desenhar, pintar - fosse possível num ambiente de processador de texto gráfico com alguns conceitos consistentes de aprendizagem rápida.



Segundo Raskin, Steve Jobs odiou a ideia, tendo sido um dos seus principais críticos durante dois anos. Mas Jobs acabou eventualmente por se render à evidência de que o Mac poderia funcionar, e transformou-se no seu principal promotor.



Liderando a gestão da parte de desenvolvimento de hardware do projecto, Jobs subestimou o volume de trabalho e o tempo necessário para produzir o Mac, e o computador acabou por falhar o seu primeiro deadline, previsto para 1982.



Eventualmente, para ganhar algum tempo, o Mac acabou por partilhar alguma tecnologia do Lisa - um computador dotado de interface gráfico nascido de um projecto do Xerox Park - e, em breve, tornava-se aparente que o Mac iria partilhar tanto do interface do Lisa que o rato teria de existir, para desgosto de Raskin, que achava que o formato de botão único seria muito mais fácil para os utilizadores.



Raskin acabou por abandonar o projecto em Fevereiro de 1982 depois de Steve Jobs ter declarado que assumia a área de desenvolvimento de software do projecto, remetendo o criador do conceito Mac para a "documentação".



Jobs estava apostado em provar que poderia produzir um computador pessoal melhor do que o Lisa, mas tornou-se óbvio que a real concorrência provinha da IBM, que a 12 de Agosto de 1981 lançava o seu Personal Computer, o qual o mercado respondia favoravelmente. A equipa do Mac chegou então à conclusão que tinha que se apressar a lançar o produto, se queria aproveitar a oportunidade.



Mas o segundo deadline – Maio de 1983 – tornou a passar e o Mac continuava a não estar pronto.



Finalmente, depois de gastos 78 milhões de dólares em custos de desenvolvimento, Steve Jobs apresentava finalmente o computador durante a reunião anual de accionistas da Apple, a 24 de Janeiro de 1984. Nesse mesmo dia a fabricante pagaria um anúncio publicitário único no intervalo da emissão nacional da final do SuperBowl XXIV, o evento mais visto da televisão americana, para dar a conhecer o seu Macintosh.



Embora actualmente os computadores da Apple façam o gosto de apenas cinco por cento dos utilizadores, a fabricante pode estar contente. Depois de sofrer um grande abalo financeiro em meados dos anos 90, ressurgiu no último trimestre de 2003 com os maiores lucros dos últimos quatro anos, resultantes do sucesso conseguido pelos iBook e pelos iPod.



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