A Defined.ai é uma empresa fornecedora de dados, assim como ferramentas e serviços de inteligência artificial, que lidera um novo consórcio Accelerat.ai. O projeto foi aprovado pelo Governo através do Plano de Recuperação e Resiliência, representando um investimento de 34,5 milhões de euros destinados a acelerar a transformação digital nos sectores público e privado de Portugal.
O projeto nasceu através de um projeto da IAPMEI, no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, sendo o primeiro de vários projetos do Centro de Excelência em IA de Portugal, é referido na nota de imprensa. O trabalho do consórcio é facilitar o desenvolvimento de aplicações de IA fiáveis e a utilização de dados recolhidos de forma ética da língua portuguesa europeia. O projeto visa assim contrariar a forma pouco eficiente da IA conversacional na língua de Camões, sobretudo no sector público e domínios específicos da indústria, salienta Daniela Braga, CEO da Dedined.ai.
Na prática, se um programador quiser utilizar interfaces de voz no mercado nacional, atualmente tem de utilizar modelos genéricos com maiores margens de erro, ou em inglês ou português do Brasil. Assim, o consórcio pretende colmatar essa lacuna e oferecer produtos de IA inteiramente em português de Portugal.
O consórcio é composto pelas entidades Devscope, NOS, Instituto Superior Técnico de Lisboa, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, FC.Id e INESC-Id. A IBM, Microsoft, Axians, Talkdesk e KPMG também se juntam ao projeto com potenciais parceiros e conselheiros. O novo consórcio poderá criar 44 novos postos de trabalho qualificado em Portugal, além do contributo de crowd-source de milhares de portugueses, que estão a criar dados para o desenvolvimento da tecnologia.
E já existem clientes na calha das primeiras soluções, sobretudo no sector da banca, como a CGD, Novo Banco e Santander. O SPMS e SNS do Ministério da Saúde, a AMA na Transformação Digital, o Ministério da Segurança Social, a EDP e Galp, assim como a NOS, Worten e Fidelidade.
A Accelerat.ai refere que a tecnologia que vai desenvolver pode ser expandida facilmente para outros mercados da União Europeia, visando otimizar o atendimento ao cliente através de assistentes virtuais emparelhados com centros de contacto, como um serviço em português. Estima-se que a tecnologia venha a reduzir custos alocados, pois pretende automatizar 80% das resoluções de apoio ao cliente. A tecnologia fornecida será independente do fornecedor de cloud, a respetiva infraestrutura ou tecnologia já utilizada pelo cliente.
E os clientes podem optar por um modelo completo de IA conversacional, uma componente de reconhecimento de voz, o processamento de linguagem natural ou a resposta de texto para voz. Quanto ao modelo de negócio, é referido que este baseia-se em subscrições flexíveis e de fácil configuração. Daniela Braga salienta que algumas das aplicações terão avatares de voz e vídeo durante a conversação com as pessoas, prometendo atendimentos de 24/7.
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