Pouco tempo durou online a aplicação cuja premissa era despir todas as mulheres do mundo. A app, que utilizava inteligência artificial para criar modificar fotografias, foi encerrada esta quinta-feira pela equipa responsável. No post onde explica a decisão, a DeepNude diz não ter previsto o interesse revelado na app e acrescenta que a probabilidade de a ferramenta ser mal utilizada "é demasiado alta".
A DeepNude deixou de estar à venda e mais nenhuma versão será lançada. A equipa deixou também um aviso àqueles que tentarem partilhar o software online, uma vez que a ação vai contra as políticas de utilização do mesmo. No entanto, a empresa é realista e diz saber que "algumas cópias vão certamente circular".
A app em questão servia para despir mulheres. Para isso, bastava utilizar uma foto, carregá-la no programa e esperar. O software esteve disponível para Windows e Linux e não funcionava com corpos masculinos.
A empresa lançou uma versão gratuita, mas esta marcava as fotografias alteradas com marcas de água bem visíveis, indicando que a foto era falsa. A versão paga, contudo, eliminava este elemento dos resultados, cingindo o aviso a um pequeno ícone ajustado a um dos cantos da imagem, o que facilitava a sua eliminação posterior em programas de edição.
A DeepNude esteve à venda durante alguns meses, mas a equipa diz que a app "não é grande coisa" a fazer o que promete. No entanto, um pico de atenção mediática mostrou que os resultados eram bons o suficiente para levantar questões acerca da sua utilização. É verdade que a edição digital é possível há já muito tempo, graças a programas mais complexos desenhados para o efeito, mas o argumento deste software era a instantaneidade com que o resultado se obtia. Na prática, a aplicação podia facilitar casos de extorsão sexual ou cyberbullying.
"A tecnologia existe e está ao alcance de todos", disse Alberto, um dos criadores da DeepNude em conversa com o The Verge, órgão ao qual confirmou ter decidido fazer a app "porque se não o tivesse feito, outra pessoa faria". Depois desta experiência, Alberto e a restante equipa não hesitam em declarar que "o mundo não está pronto" para a app.
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