Os dados foram partilhados por Rogério Bravo, inspetor chefe da brigada de cibercriminalidade informática da PJ, no seminário de Cyber Risks, desafios e estratégias de gestão e mitigação, organizado hoje pela Associação Portuguesa de Seguros e pela mLearning, onde os novos desafios da cibersegurança foram tema central de debate.

Os novos cenários legais mas também o aumento da sofisticação dos ataques informáticos foram abordados pelo inspetor da PJ, que alertou para o problema da limitação das ferramentas de combate por parte das autoridades e para a necessidade das organizações serem mais proativas.

Nos últimos meses os ataques com objetivos financeiros têm vindo a aumentar e o Ransomware e Sextortion são os métodos mais usados. No primeiro caso o malware propaga-se na rede, cifrando todos os dados nos equipamentos e nos discos externos e exigindo o pagamento de um resgate.

Segundo Rogério Bravo, 80% das vítimas de Ransomware são Técnicos oficiais de contas (TOC) e Revisores Oficiais de Contas (ROC), gabinetes de advogados e agrupamentos escolares, em máquinas que processam vencimentos.

O Sextortion é outro dos ataques que está a ser usado, levando as pessoas a fornecer favores sexuais online pelos quais são explorados para extorsão, com exigências de um pagamento para que a informação não seja divulgada.

Ainda em fevereiro o centro europeu de cibercrime divulgou que coordenou 19 operações no último ano relativas a ataques de Ransomware, e que só numa destas operações foram detidos 29 suspeitos que tinham, até à data, angariado 9 milhões de euros com um esquema que afetou os proprietários de 30 mil cartões. Numa outra foram detidos 44 suspeitos do roubo de informação relativa a 36 mil cartões de crédito em 16 países europeus.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico