Um ano e meio depois de ter sido criada, a Knewon apresentou hoje o primeiro produto criado inteiramente na empresa que surgiu dentro do Grupo Oni. A tecnológica lançou um serviço de Cloud Computing para grandes empresas, que para já se materializa numa oferta de Platform as a Service (PaaS) com características únicas em Portugal e elevado potencial também no mercado espanhol, adiantou ao TeK Miguel Allen Lima, CEO da Knewon.

O lançamento da oferta de cloud surge na sequência da experiência da empresa na área de datacenters, segurança e tecnologias da informação e a parceria com a CA Technologies garante o acesso a uma plataforma com provas dadas a nível da flexibilidade e rapidez de implementação.

Joaquim Santos, CCO da Oni SGPs, explica que nos últimos seis meses o mercado de cloud computing amadureceu e as soluções se tornaram mais robustas, ao mesmo tempo que as empresas mostram cada vez mais interesse. “Existe também um interesse natural em reduzir custos”, admite, sublinhando ainda a crescente confiança nos serviços de cloud que decorre também da experiência de utilização de serviços a nível pessoal.

Estes fatores conjugam-se para criar uma oportunidade de mercado que o Grupo Oni quer aproveitar, através da Knewon. “Pelos contactos que temos sentimos que esta é uma realidade que no próximo ano vai ser forte. Os primeiros a posicionarem-se serão líderes, que é o que a Oni quer ser”, sublinhou durante a conferência de apresentação do serviço.

A mesma ideia foi transmitida pelo CEO da Knewon, Miguel Allen Lima, que lembrou a evolução da empresa que herdou uma série de competências da Oni e que agora lança o primeiro produto 100% pensado já pela nova equipa.

“A cloud pode ajudar as empresas a simplificar processos”, afirma Miguel Allen Lima, o que dá a resposta necessária à exigência de rapidez do mercado. “Essa é a primeira promessa da Knewon: a aceleração dos processos de negócio do desenvolvimento de novos produtos, novos sistemas e de migrações”, adiantou em conferência de imprensa.

A Enterprise Cloud garante desde já serviços de Platform as a Service (PaaS), mas também de Infrastructure as a Service (IaaS), já que será possível contratar desde a virtualização de datacenters complexos, com componentes de rede, segurança e servidores virtuais, até simplesmente alugar um servidor. A empresa pretende avançar ainda este ano com serviços de Software as a Service (SaaS), inicialmente com uma oferta de ERP na cloud e gestão de níveis de serviço, sendo que uma das ofertas deverá estar pronta para comercialização antes do verão.

“A nossa solução brilha especialmente com arquiteturas de maior complexidade”, explica o CEO da empresa, dando como exemplo ambientes de teste de empresas, ou de desenvolvimento. “Este é o nosso ADN no Grupo Oni e é nessa linha que mantemos a oferta”, justifica.

As grandes contas e a Administração Pública estão entre os clientes potenciais da nova solução, como admite Miguel Lima. “Já falámos com vários clientes da administração pública que têm reações muito positivas a esta oferta”, afirma, lembrando que com o cenário atual de contenção de investimentos muitos organismos se veem confrontados com aplicações que estão alojadas em equipamentos em fim de vida que têm dificuldade de substituir e que a cloud oferece uma forma fácil, e de baixo risco, de migrar imediatamente estas soluções.

Para avançar com a Enterprise Cloud a tecnológica do Grupo Oni investiu meio milhão de euros para o desenvolvimento destes serviços, mas Miguel Lima explica que este é “somente o investimento inicial”, que deverá crescer à medida que a oferta também se alarga. A Knewon pretende atingir uma faturação de 6 milhões de euros ainda este ano.

Em declarações ao TeK Miguel Lima admite que este negócio da Cloud tem um grande potencial mas que acaba por concorrer diretamente com a hospedagem de clientes em datacenters, uma das áreas de atividade da empresa. “Os clientes vão deixar de optar pelo modelo de máquinas físicas com a vantagem de pagar uma renda em vez de fazer um investimento e de só pagar o que usa, deixando de ter desperdício com máquinas subaproveitadas”, refere o CEO da Knewon. Também para a tecnológica a nova visão acaba por trazer vantagens já que o próprio datacenter que mantém poder ser mais optimizado e “compactado”, oferecendo mais soluções.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador