A comissão técnica encarregue de analisar e decidir o sentido de voto norte-americano no processo de normalização do OpenXML, a norma para documentos do Office proposta pela Microsoft, votou contra a proposta.



A decisão de cada país será enviada ao organismo internacional de normalização (a ISO) que no final do verão analisará os pareceres de cada um dos países onde são aplicadas as suas normas e tomará uma decisão final.



O processo de normalização do OpenXML, que está na base do Office e já é usado no Windows Vista, tem sido controverso e gerado uma onda de polémica liderada pela comunidade open source.



A comunidade acusa a Microsoft de submeter à avaliação do comité internacional uma proposta de norma que não é aberta e que se colocará em confronto com uma alternativa, já aprovada pela ISO, que reúne todos os requisitos de uma norma. A alternativa já aprovada pela ISO é o OpenDocumentFormat que suporta suites como o OpenDocument.Org.



Para a Microsoft avançar com uma alternativa é dar mais ferramentas ao mercado para se desenvolver. Os opositores da proposta acreditam que vai criar confusão no mercado e gerar situações idênticas à do HD DVD versus Blu-ray ou, antes disso, o Beta Vs VHS.



Na comissão americana votaram contra a proposta a Lexmark, a Oracle, a IBM ou o Departamento de Defesa. A favor votaram a Apple, a HP, a Intel ou o Departamento de Segurança Interna. O IEEE - Institute of Electronics and Electrical Engineers absteve-se - por falta de consenso entre os membros - acabando por ditar o sentido de voto americano. Para passar a proposta tinha de receber voto positivo de 9 dos 16 membros presentes. Apenas oito disseram sim.


A discussão decorre num momento importante em que os governos um pouco por todo o mundo estão a estudar e a adoptar um formato único para os seus documentos.



A votação já decorreu em vários países onde se incluem Portugal que disse sim à proposta portuguesa.

Nota de redacção: A votação referida no texto não é definitiva mas diz respeito apenas a uma das sub-comissões do organismo americano responsável pelo processo de normalização. Os últimos dados disponibilizados pelo INCITS dão afinal conta de uma vitória do SIM americano, embora a posição definitiva do país possa ser alterada até 2 de Setembro, data limite para a comunicação pelos países do seu sentido de voto junto da ISO.



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