No primeiro dia do Google I/O 2018 a Google apresentou a assistente Duplex, uma solução de IA capaz de interpretar e falar com seres humanos sem que seja possível perceber que do outro lado está uma máquina.

Passada a surpresa inicial, logo começaram a surgir dilemas éticos e morais em que vários críticos questionam se o software de inteligência artificial tem a obrigação de dizer às pessoas que estão a falar com uma máquina e que defendem que as “vozes robóticas devem sempre soar sintéticas em vez de humanas”.

Zeynep Tufekci, professor e crítico frequente das empresas de tecnologia, escreveu no Twitter sobre o Duplex, acusando Silicon Valley de estar “eticamente perdido, sem rumo e não aprendeu nada."

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Face a estes alarmismos, a Google anunciou que, qualquer que seja a forma que a Duplex tome como produto de consumo, irá de alguma forma informar a pessoa do outro lado que está a falar com uma assistente virtual.

"Entendemos e valorizamos a discussão em torno da Google Duplex e, como dissemos desde o início, a transparência na tecnologia é importante", disse a empresa em comunicado, confirmando que o sistema vai ter um alerta integrado, mas sem especificar como vai funcionar.

Já são muitos os que se interrogam se a nova tecnologia da Google não superou o Teste de Turing, um desafio proposto por um matemático inglês nos anos cinquenta em que, para se avaliar a capacidade de uma máquina de exibir comportamentos inteligentes, seria suficiente uma conversa em que o humano fosse incapaz de perceber que não estava a falar com outra pessoa.

Veja ou reveja o vídeo da apresentação da Google Duplex.