A Comissão Europeia  acaba de anunciar que vai analisar os riscos da utilização de quatro tecnologias como armas, por países que não seguem os mesmos valores da região. A informação tinha sido avançada pela Reuters e foi confirmada esta terça-feira com a divulgação da recomendação adotada.

O plano europeu passa por fazer esta análise ainda este ano e definir as medidas a implementar para conter os riscos que forem identificados durante o próximo ano. As tecnologias em análise vão ser os semicondutores, a inteligência artificial, computação quântica e algumas áreas da biotecnologia, como o desenvolvimento de vacinas e sequenciação do genoma humano.

Esta informação foi avançada à Reuters por um funcionário da CE. "A Comissão vai realizar avaliações de risco destas quatro tecnologias com os Estados-membros. O prazo é até ao final do ano. O próximo passo é mitigar os riscos no próximo ano", referiu a fonte não identificada.

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O caminho que a Europa se prepara para fazer já foi trilhado pelos Estados Unidos, pioneiros nas sanções à China, que é a economia não ocidental mais preparada para usar tecnologia de ponta nas mais diversas áreas, incluindo militar.

As medidas implementadas pelos Estados Unidos para prevenir o uso para fins militares de tecnologia de ponta tem sido o bloqueio às exportações de tecnologia norte-americana. Admite-se que na Europa, desta avaliação, possam surgir medidas na mesma linha, também já adotadas por outros países, como a Austrália.

As medidas fazem parte da Estratégia Europeia de Segurança Económica, apresentada em junho. Nessa altura, já tinha sido revelado que uma das ações previstas no âmbito desta estratégia seria “desenvolver com os Estados-membros um quadro para a avaliação dos riscos que afetam a segurança económica da UE”. Na mesma nota de imprensa, explicava-se que isso incluía “o estabelecimento de uma lista de tecnologias críticas para a segurança económica e a avaliação dos seus riscos com vista à conceção de medidas de atenuação adequadas”.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com a confirmação da Comissão Europeia relativa à recomendação adotada. Última atualização 16h44