Durante dois dias o Eurojust, o braço de ação contra o cibercrime da Europol e o FBI atuaram em 19 países diferentes para prender mais de 90 suspeitos de suportarem a rede de malware Blackshades que já afetou milhares de pessoas em todo o mundo.



A mega-operação afetou sobretudo países europeus, não havendo registo de que alguma ação tenha ocorrido em Portugal. Ao todo foram revistadas quase 360 casas de países como Itália, Moldávia, Croácia, França, Holanda e Alemanha, entre outros.



Os 1.100 dispositivos de armazenamento arrestados pelas autoridades podem conter informações sobre os crimes praticados e sobre a forma como operava a rede de malware. Foram ainda apreendidas armas ilegais, dinheiro e drogas durante a operação.



Em comunicado a Europol dá o exemplo de um jovem de 18 anos que na Holanda usou a rede de malware Blackshades para infetar cerca de 2.000 computadores, conseguindo aceder à Webcam das vítimas e tirar fotografias das mesmas.



Além do alto perfil do caso e do grande número de suspeitos detidos, a mega-operação é também destaque pelos esforços coordenados das entidades de vários países contra uma tipologia de crime que é cada vez mais comum.



O responsável pelo grupo contra o cibercrime da Europol, Troels Oerting , destacou a importância dos esforços coordenados neste tipo de operações visto que os crimes informáticos são muitas vezes de âmbito internacional.



No caso do Blackshades, um malware alegadamente criado por um sueco e um norte-americano, o esquema de venda da ferramenta de pirataria terá rendido cerca de 350 mil dólares no espaço de quatro anos, de acordo com o FBI.


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