Os automóveis elétricos continuam a evoluir, mais rápidos e com maior autonomia, e já existem competições motorizadas neste segmento. Mas a FIA quer elevar o conceito a um novo patamar e anunciou uma nova categoria de competição totalmente dedicada aos automóveis elétricos da categoria Gran Turismo. Assim, a entidade que regular as maiores provas competitivas motorizadas do mundo revelou a criação de regulamentos técnicos para os automóveis GT elétricos e as respetivas inovações técnicas, incluindo os sistemas de carregamento rápido.
O conceito da competição pretende ser pioneira, no que diz respeito à combinação de inovações nunca vistas nos desportos motorizados até à data, procurando servir como plataforma às fabricantes para desenvolver e demonstrar tecnologia relevante para os seus veículos de alta performance. Os carros construídos tendo em conta as regulações técnicas vão poder competir em circuitos permanentes, procurando alcançar novos standards no que diz respeito a performance e alcance.
A entidade explica que este novo conceito de carros vai operar na mesma janela de performance da atual geração de GT3, mas que vão superar as suas contrapartes de combustível em áreas como a aceleração e ritmo de qualificação.
Assim, esta nova classe terá um envolvimento direto com as fabricantes, com um regulamento técnico que permita encontrar o balanceamento correto entre a sua expressão criativa e desenvolvimento de tecnologia estado-de-arte, mas prevenindo o disparo dos custos. Esta categoria está aberta tanto a especialistas na construção de veículos elétricos, sem qualquer experiência em automóveis com motor de combustão; como as fabricantes que já tinham compromissos com a classe GT3, que vão poder utilizar a arquitetura e certos elementos de design dos seus veículos existentes, convertidos a eletricidade.
E dependendo da base do modelo, o peso mínimo destes carros de competição situa-se entre os 1.490 aos 1.530 quilos, com um máximo de 430 kW. Esta nova classe será a primeira prova automobilística baseada em carros elétricos que não dependem das baterias standard do mercado. Será uma oportunidade para mostrar diferentes arquiteturas, com diferentes espaços disponíveis para instalar componentes-chave. As fabricantes vão poder construir as suas próprias baterias através do modelo base fornecido pela Saft, subsidiária da Total, que tem mais de um século de experiência em aerodinâmica e desporto motorizado.
A empresa construiu um conjunto de células baseadas em ião lítio otimizadas para as necessidades competitivas, e desenhadas para permitir um pico de regeneração de 700 kW e 700 kW de carregamento rápido, que permitem completar a sua carga em 60% em poucos minutos, durante a sua paragem nas boxes nas corridas. Todas as fabricantes vão ter liberdade para escolher o seu próprio setup motorizado, baseado em dois ou quatro motores elétricos, e com configurações de tração de duas ou quatro rodas.
Falta agora a FIA pronunciar-se sobre os detalhes da competição com veículos elétricos GT, e quando esta tomará forma prática. A classe GT3 é a que mais se aproxima das versões comerciais dos automóveis de competição, como por exemplo, o Porsche GT3, com diversas aerodinâmicas. Esta poderá ser também uma boa sinergia para mostrar as próximas "bombas" elétricas a chegar às estradas.
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