Imagine cerca de 25.000 neurónios de uma espécie de uma mosca juntos num mapa 3D. Foi isso que a Google e a FlyEM conseguiram fazer com o conectoma Hemibrain, e afirmam ser o maior ao nível das sinapses de um animal alguma vez reconstruído, e que integra áreas do cérebro que os cientistas têm interesse em estudar, como os circuitos que controlam a memória e a aprendizagem.

As técnicas de imagem cerebral funcional permitem uma visão ampla sobre o modo como o cérebro funciona, sendo o conectoma um desses casos. Contendo um terço do cérebro de uma mosca da fruta, o Hemibrain pode ajudar a compreender melhor vários comportamentos, não só relacionados com a memória e a aprendizagem, como também do sono e dos comportamentos de voo da mosca.

Para desenvolver este conectoma, a equipa delimitou partes do cérebro das moscas, com 20 mícrons (milionésimos de metro) de espessura, o que se traduz num terço de um fio de cabelo humano. De seguida, as componentes do órgão foram captadas através de scans, com a trajetória de cada célula a ser rastreada através de um algoritmo.

A equipa, que levou dois anos para conseguir reproduzir o mapa final, contou com vários recursos e tecnologias, nomeadamente na área da biologia e da programação. A empresa garante agora que vai publicar mais documentos nas próximas semanas com resultados mais detalhados.