Urs Hölzle, vice-presidente sénior, responsável técnico pela infraestrutura da Google e participou no Web Summit para explicar como unificou as suas tecnologias para ajudar a melhorar a vida das pessoas em todo o mundo, e agora partilha a sua visão para abraçar os parceiros nesta jornada de descarbonização. O impacto no ambiente é uma das principais preocupações da gigante tecnológica e desde o início das suas operações que teve a preocupação de diminuir as emissões, tornando-se em 2007 a primeira empresa neutra do carbono.

Fazendo um balanço da jornada da empresa, começou por destacar os seus centros de dados, que alimentam serviços como o Gmail ou Google Cloud, entre outros, que são cada vez mais eficientes, registando uma diminuição no uso de energia baseada em carbono ao longo dos anos. Em 2019 estava em média 1,67% dependente, tendo reduzido nos últimos 12 meses para 1,10%.

O responsável da Google afirma que essa diminuição teve origem em “detalhes”, sendo utilizado inteligência artificial para regular e controlar os sistemas de refrigeração. O controlo e otimização das temperaturas permitiram baixar um pouco mais a dependência do carbono. Neste caso, o sistema adapta-se a cada 5 minutos, ajudado pela IA que faz leituras precisas da temperatura com o propósito de ajustar-se ao necessário.

Google Cloud
Urs Hölzle, vice-presidente sénior, responsável técnico pela infraestrutura da Google.

A Google afirma que aplicando a inteligência artificial às operações dos seus data centers significou uma redução de 30% no sistema de arrefecimento. No que diz respeito à energia sem dependência do carbono, a empresa está a apostar cada vez mais no vento e energia solar. Afirma que a Google é atualmente uma das principais empresas a usar quintas de energia eólica nas suas operações.

A empresa espera continuar a produzir energia para operar a 100%, sem qualquer necessidade de usar energias de carbono. E a Google já tem um compromisso com diversas empresas que entraram no barco para uma economia limpa e 100% livre do carbono, a qualquer hora do dia, local e época do ano: um desafio que a empresa espera superar em 2030. E caso seja bem-sucedida, a Google pretende “educar” os seus parceiros para seguirem o mesmo caminho, incluindo o fornecimento de energia excedente que seja recolhida para ajudar quem a necessitar.

A gigante tecnológica afirma que a passagem para o processamento em cloud é um caminho para melhorar a eficiência de energia, dando o exemplo da National Geographic que moveu a sua livraria de fotos para a cloud, poupando bastante energia e o consumo das florestas. A transportadora UPS tem utilizado IA para ajudar a planear as rotas, que além de as tornar mais rápidas a chegar aos destinos, ajuda a poupar 10 milhões de galões de combustível por ano.

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Urs Hölzle afirma que a Google Cloud é o sistema de computação em nuvem mais limpo da indústria, porque consome menos energia (tirando vantagem das otimizações feitas por inteligência artificial); por ter zero emissões, e dessa forma reduzindo o impacto das operações de IT; e espera estar completamente livre de carbono em 2030, procurando ser a primeira empresa a utilizar eletricidade descarbonizada.

O SAPO TEK está a acompanhar tudo o que se passa no Web Summit e pode seguir aqui as principais notícias e intervenções com a nossa equipa. Se tiver sugestões ou recomendações de talks e startups envie-nos um email.