A Dropbox recebeu nos últimos seis meses do ano passado 275 pedidos de acesso a mais de mil contas de utilizadores por parte de governos e órgãos judiciais, o que eleva para 1.474 o total de requisições feitas em 2014. Estes são os números do relatório de transparência publicado na semana passada e que refere ainda a vontade por parte dos governos em não informar os utilizadores de que as suas contas estão a ser inspecionadas.

Desde 2012 que a Dropbox publica relatórios de transparência duas vezes por ano, numa altura em que a segurança e proteção de dados na Internet vão ficando cada vez mais comprometidas. Dos 275 pedidos feitos entre julho e dezembro de 2014, 137 resultaram de mandados de busca e 116 de intimações. Estes últimos pediam o acesso a um total de 758 contas.

Das 758 contas abrangidas, a Dropbox foi solicitada para fornecer informações relacionadas com o email e o endereço de IP de 640 contas. "Os governos continuam a pedir para não avisarmos os utilizadores sobre as solicitações de dados, mesmo quando não há legislação que justifique tal sigilo", escreve a tecnológica no relatório. Apenas 180 utilizadores receberam uma nota de aviso de um total de 1018 contas investigadas no segundo semestre do ano.

Pela primeira vez, o serviço de armazenamento de ficheiros online divulgou também os dados relativos aos pedidos fora da jurisdição norte-americana, não havendo registo de pedidos feitos a partir de Portugal. A Alemanha e a França encabeçam a lista de países com mais buscas (5), seguidos da Itália e do Reino Unido (2). "Continuamos a lutar quando os governos pretendem manter os pedidos secretos e recorremos aos tribunais para proteger os utilizadores", concluiu a Dropbox.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico