Honor vai lançar a primeira ferramenta de deteção de deepfakes gerados por inteligência artificial

Rui Parreira

2 mar 2025 16:30

Como parte do seu Alpha Plan, a Honor vai lançar em abril ferramenta para detetar deepfakes de IA, que analisa em tempo real o conteúdo de vídeo e imagens. Revelou ainda o seu primeiro agente de inteligência artificial para ajudar a fazer compras e funcionalidade de restauro de fotografias.

Durante a conferência de antecipação do Mobile World Congress, a Honor apresentou a sua estratégia de inteligência artificial, que apelidou de Alpha Plan. E avançou com um investimento de 10 mil milhões de dólares, apelando a parceiros para se juntarem à iniciativa. Uma das novidades é a revelação de uma ferramenta chamada AI Deepfake Detection, que será lançada globalmente em abril.

A ferramenta pretende ser a primeira capaz de detetar deepfakes criados por inteligência artificial. Este que tem sido um flagelo na sociedade e levado algumas celebridades a tomar ações legais para proteger a imagem, como foi o caso de Scarlett Johansson, que recentemente apelou para se criarem leis, depois de ver a sua imagem novamente exposta.

A fabricante diz que a tecnologia de vanguarda permite analisar em tempo real o conteúdo de vídeo e das imagens através da inteligência artificial, quando recebe, por exemplo, uma chamada de vídeo no WhatsApp. O utilizador, caso desconfie da origem se tratar de um deepfake pode ativar a funcionalidade de deteção e receber um diagnóstico do sistema. A fabricante diz que apesar da IA ter oferecido avanços incríveis, também representa desafios, incluindo a proliferação dos deepfakes. E cita números do Instituto de Cibersegurança Entrust que aponta ter havido um ataque de deepfake a cada cinco minutos durante 2024.

Por serem cada vez mais difíceis de detetar os deepfakes nas imagens de vídeo e áudio que são manipulados, segundos números de um estudo da Deloitte, 59% dos inqueridos não conseguem distinguir entre os conteúdos criados por IA ou humanos. E há um número elevado, de 84% de entrevistados que considera que os conteúdos gerados por IA deveriam ser etiquetados. A Honor diz que as medidas de deteção proactivas, assim como a colaboração da indústria, são cruciais para uma proteção mais sólida.

A fabricante diz que a sua tecnologia procura detetar falhas nas imagens deepfake que possam passar despercebidas ao olho nu, entre eles a forma como é feito o contacto visual, a iluminação das imagens, a clareza, entre outros detalhes. Se um conteúdo sintético ou alterado for detetado pela funcionalidade da Honor, será emitido uma notificação de risco ao utilizador, protegendo-o de continuar a interagir com as imagens de deepfake.

Ainda sobre a disseminação de deepfakes, a Honor aponta que houve um aumento de 244% de falsificações em 2024, comparado com ano anteriores. 49% das empresas tiveram experiência tanto com áudio como vídeo entre novembro de 2023 a novembro de 2024. Por outro lado, 61% dos executivos parecem ter ignorado estas ameaças, não tendo estabelecido nenhum protocolo de proteção. O gaming, Marketplace, fintech, cripto e consultaria são as indústrias onde se observou maior crescimento de deepfake no mesmo período.

Veja o vídeo:

Honor revela agente de IA para ajudar a fazer reservas em restaurante

Durante a apresentação, a Honor revelou utilizações práticas da tecnologia de inteligência artificial, os seus agentes de IA. O primeiro agente móvel baseado em GUI pretende redefinir a conveniência do dia-a-dia e torná-lo mais inteligente. A fabricante fez uma demonstração, juntamente com a Qualcomm e Google Cloud de um agente de IA a ajudar a fazer uma reserva num restaurante através de um serviço de terceiros. O agente teve em consideração os compromissos guardados no calendário e o estado do trânsito em tempo real.

Para a fotografia, o AIMAGE é a sua nova marca para a tecnologia de imagem, com a ajuda da Google Cloud. Os smartphones da marca vão integrar funcionalidades de IA para tornar a experiência mais intuitiva e versátil, aponta a marca. Uma dessas funcionalidades é o AI Upscale, que restaura retratos antigos, ajudado com a tecnologia do processador Snapdragon 8 Elite da Qualcomm. Esta funcionalidade vai chegar ao Magic7 até ao final de março. Por fim, a IA vai dar uma ajuda a aumentar a transferência dos ficheiros para os equipamentos, sejam eles Android ou iOS.