Poucas horas depois da conclusão de um outro evento dedicado ao Linux - a
apresentação da versão 8.1 da edição servidor da Caixa Mágica - começava
noutro extremo da cidade, na Gare Marítima de Alcântara, o Linux Day. Este evento organizado pela IBM Portugal, com vista à apresentação da estratégia da gigante de informática para o sistema operativo open source e do seu portfólio de soluções empresariais Linux.

Esta conferência serviu ainda para a apresentação de aplicações desenvolvidos por parceiros de negócios da IBM, como a Quatro, a Geslógica, Jobserve e Unue recorrendo a plataformas, tecnologias e
padrões abertos, como o Java2 Enterprise Edition (J2EE), o Linux e o protocolo SOAP (Simple Object Access Protocol), muito utilizado em serviços Web.

Sublinhando a importância deste evento, Luís Dinis Santos, responsável pelo Linux na IBM Portugal, salientou que actualmente "já é possível efectuar demonstrações de soluções reais Linux em tempo real". Relembrando os objectivos da aposta da gigante de informática no Linux, Dinis Santos mencionou como vantagens oferecidas pelo sistema operativo a
interoperacionalidade acrescida, a redução do custo do sistema e o fim do
lock-in, ou seja, a dependência dos utilizadores empresariais de um único fornecedor de tecnologias de informação, referindo-se desta forma indirecta à Microsoft.

A robustez, escalabilidade, segurança, alta disponibilidade, o baixo custo de operação e de licenciamento, diversidade aplicacional foram também referidos como características da plataforma que, afirmou Dinis Santos, levaram inclusivamente a companhia a investir nos últimos anos "montantes consideráveis para o desenvolvimento de aplicações". Dois exemplos de iniciativas apoiadas pela IBM são o Open Source Development Labs e o Projecto Eclipse.

Em termos de portfólio de produtos, o Linux unifica as ofertas de
hardware, software e serviços que a IBM disponibiliza no
mercado. O sector dos serviços, uma das principais fontes de receitas da
companhia, encontra-se, por sua vez, dividido em suporte técnico,
consultoria, formação e implementação. No campo da consultoria, as áreas em que a IBM aposta mais é a segurança e os clusters de alto desempenho. Quanto à educação, a empresa presta cursos de formação em Linux e em aplicações que funcionam nesse ambiente, quer presenciais como à distância, para além de publicar white-papers e de apoiar programas escolares.

O suporte técnico é a área de principal destaque e onde a IBM tem obtido mais receitas com o Linux. "É o sector que neste momento faz toda a diferença", reconheceu Dinis Santos. Esta actividade é prestada em parceria com as principais distribuidoras do Linux, como a Red Hat, a SuSE e a UnitedLinux.

Aquele responsável afirmou ainda que "a IBM optou estrategicamente por não ser distribuidora, por entender que, com as actuais parcerias tecnológicas está a oferecer um melhor serviço ao mercado". Para além das apresentações das soluções desenvolvidas pelas parceiras de negócio da gigante de informática, o evento serviu ainda para abordar a linha de software WebSphere da IBM direccionada para a Web.

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