O arranque de uma das principais conferências da IBM em formato online é só uma das muitas mudanças que a companhia centenária tem enfrentado nos últimos meses com a pandemia de COVID-19 a obrigar a alterações na forma como a tecnológica trabalha e responde aos seus clientes. Mas Dario Gil, diretor da área de Research da IBM e lider da taskforce de COVID-19 na empresa, garante que a adaptação foi muito rápida, e que está orgulhoso da forma como a IBM tem colocado a sua tecnologia ao serviço do combate à doença e aos efeitos nas sociedades e empresas. "Em poucos dias colocámos mais de 95% dos nossos recursos em teletrabalho e estamos a fazer isso com os nossos clientes", afirmou numa conferência de imprensa de antecipação da Think Digital Conference.
O formato digital alargou o número de inscritos na conferência anual da IBM para os 80 mil, quando habitualmente estão presentes cerca de 30 mil pessoas, e a empresa traz uma série de novidades e tecnologias nas suas áreas de foco, como a Cloud, Inteligência Artificial e Edge Computing, abrangendo soluções para diferentes sectores de atividade.
A pergunta sobre como vai ser o impacto da pandemia no negócio das TI é inevitável, mas a IBM tem uma visão positiva. "Vemos uma aceleração da transformação digital das empresas e um reforço da automação", sublinhou Rob Thomas, senior vice presidente das plataformas de dados e cloud, referindo vários exemplos de grandes e médias empresas que estão a apostar mais na Cloud. Esta é uma das áreas onde a IBM vê um reforço do investimento nos próximos meses, reforçando a ideia de que é cada vez mais essencial, em conjunto com ferramentas de automação que aceleram a operação, e a segurança que se torna mais crítica em ambientes de trabalho mais distribuídos.
Apesar do ambiente de crise pandémica, que antecipa uma redução do investimento das empresas em Tecnologias da Informação, a visão de que as empresas têm de se transformar para se tornarem mais resilientes, e adaptarem-se a novos contextos gerados pela COVID-19, faz com que a IBM tenha também acelerado os seus processos de desenvolvimento. A companhia está a investir para que a sua área de inovação consiga materializar mais rapidamente os desenvolvimentos em produtos que possam ser usados pelos clientes, e Rob Thomas usa o exemplo do Watson Debater, que já está disponível para integração em 16 línguas.
Soluções para as novas redes 5G e a aplicação da AI às empresas
A estratégia da IBM de reforçar a sua liderança em HyperCloud, com a ajuda da inteligência artificial, sistemas de gestão de dados no Edge computing, está bem presente nos anúncios previstos para a conferência Think Digital, onde o 5G é também um dos protagonistas. Várias parcerias com as telecom, em combinação com a tecnologia da Red Hat, materializam o lançamento de novas soluções para o desenvolvimento das redes de nova geração.
Com o Watson a IBM tem estado focada no desenvolvimento de Inteligência Artificial para as empresas, e é nesta área que continua a investir. Rob Thomas lembra que há alguns elementos de diferenciação que são relevantes nos negócios, e coloca aqui a questão da confiança, da linguagem e da automação, com a capacidade de "dar superpoderes" aos funcionários das empresas. "Queremos armar os CIOs de capacidades para prever possíveis problemas nas suas infraestruturas e soluções, e para os resolver ainda antes de acontecerem", afirma.
Um dos anúncios relevantes na Think Conference é o IBM Watson AIOps, que coloca a inteligência artificial ao serviço das operações e que "vai mudar muito a forma como as organizações operam", garantindo mais rapidez e resiliência a falhas. A solução já está a ser usada por empresas como a Lufthansa e a T-Mobile, ou a PayPal e está integrada na Red Hat OpenShift, que traz também um serviço de aceleração da modernização de aplicações, com ferramentas que aceleram a análise e recomendação de opções na arquitetura das apps com base em inteligência artificial.
Para o 5G o anúncio da IBM na Think Digital está ligado a um reforço do Edge Computing, colocando mais ferramentas de gestão, IoT e analítica a tirarem partido da computação na extremidade da rede. O objetivo é que os clientes possam passar os workloads de diferentes equipamentos, dos mais variados fornecedores, para sistemas Edge, ganhando rapidez face a soluções de cloud centralizada.
A IBM está a criar um novo ecossistema nesta área, o IBM Edge Ecossystem, onde conta com vários integradores e fornecedores de sistemas. A Vodafone Business e a Samsung são algumas das empresas que já estão a trabalhar com a tecnológica norte americana em soluções específicas para a indústria de telecomunicações.
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