A empresa de estudos de mercado IDC aumentou hoje, quarta-feira, as suas previsões relativas ao número de unidades de computadores pessoais que serão comercializadas durante todo o ano de 2002, tendo como base as fortes vendas verificadas nos Estados Unidos durante o último trimestre de 2001 e a crença actualmente dominante de que as empresas vão voltar a investir nas tecnologias, informou a agência Reuters.



O aumento nas vendas de computadores pessoais esperado pela firma de pesquisa para este ano é de 3 por cento, representando a comercialização de 125,5 milhões de unidades. Em Dezembro passado, a IDC tinha previsto uma subida de 1,8 por cento nas vendas. Durante 2001, as vendas desceram 5,2 por cento, a primeira quebra depois de vários anos de crescimento rápido.



"Estamos a obter mais provas de uma recuperação", afirmou Loren Loverde, director do relatório trimestral de acompanhamento do mercado de computadores pessoais da IDC, citado pela Reuters. Para este analista, a forte e inesperada recuperação das vendas nos Estados Unidos desempenhou um papel importante na revisão. Acrescentou ainda que as vendas seriam impulsionadas à medida que as companhias substituíssem as máquinas adquiridas antes do bug do ano 2000.



Contudo, em termos monetários, estima-se que as vendas de PCs diminuam 7,9 por cento este ano, apesar de tudo, uma prestação ligeiramente melhor à descida de 8,7 por cento prevista em Dezembro. Os consumidores tiraram partido da guerra de preços em que se tinham embrenhado os fabricantes de PCs, despendendo frequentemente menos do que em anos anteriores à medida que compram mais computadores.



Nos Estados Unidos, país onde cerca de um terço dos computadores são vendidos, espera-se que o número de unidades comercializadas aumente 2,5 por cento. Por seu lado, na região da Ásia-Pacífico - excluindo o Japão - a IDC estima que as vendas aumentem 11,2 por cento.



O fortalecimento dos números na Ásia depende muito da China, que nos últimos anos tem sido o mercado mais atractivo para vários fabricantes de electrónica devido ao seu apelo como um país fabricante de baixo custo com um mercado doméstico enorme. Segundo Loverde, o crescimento das vendas de PCs na China passou a ser apenas de percentagens de um só dígito, depois de um crescimento fantástico no ano passado. Mas este analista da IDC afirmou também que a empresa prevê que o crescimento recupere para cerca de 20 por cento no último trimestre de 2002.



Pelo contrário, prevê-se que as vendas na Europa Ocidental registem um crescimento nulo, após uma descida de cinco por cento no ano passado. Loverde explicou que os consumidores europeus estão a gastar mais em televisores de alta definição e outros aparelhos electrónicos. Em contrapartida, estão a guardar o seu dinheiro para que os fabricantes de computadores pessoais apresentem ofertas mais atractivas.



Quanto ao Japão, afectado por uma economia fraca e um baixo nível de despesas em tecnologia, a IDC estima que no primeiro semestre do ano se verifique um reduzido crescimento das vendas, registando até um aumento quase nulo no segundo semestre.



A IDC prevê ainda para 2003 um crescimento das vendas globais de PCs de 10,9 por cento. Mas numa perspectiva de longo prazo, alguns analistas duvidam das oportunidades de crescimento no futuro para os fabricantes de computadores pessoais, que poderão sofrer os efeitos da invasão de dispositivos electrónicos portáteis que serão, ao mesmo tempo, baratos e poderosos.



Loverde afirmou que a IDC projecta que o número de PCs comercializados em todo o mundo continue a aumentar até 2006. Mas o crescimento será mais difícil de atingir, não devido à concorrência de dispositivos alternativos, mas graças à diminuição permanente do mercado dos utilizadores pela primeira vez de computadores pessoais.


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