
Quase 35% das empresas em Portugal compram serviços na nuvem e perto de um quinto (17,3%) já tiram partido da inteligência artificial (IA). Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e mostram, em relação à cloud, que no último ano os investimentos das empresas nesta área aumentaram em 5,5 pontos percentuais e que estão sobretudo concentrados em serviços de email e em armazenamento.
No que se refere à IA, a estatística mostra que as ferramentas mais usadas pelas empresas em Portugal são aquelas que permitem analisar linguagem escrita, identificar objetos ou pessoas, através de imagens e que automatizam diferentes fluxos de trabalho ou apoiem a tomada de decisões.
Verifica-se ainda que 23,4% das empresas utilizam já sistemas que podem ser monitorizados e controlados à distância através de IoT (Internet das Coisas), que 51,9% já usam ERP e que 24,8% tiram partido de soluções de CRM, apostas que são mais expressivas quanto maiores são as organizações.
Mesmo com diferentes níveis de maturidade no uso de tecnologia, verifica-se que os computadores com ligação à internet já chegaram à esmagadora maioria das empresas, com 99,6% das organizações a usarem internet e 44,5% dos que lá trabalham.
Os dados do INE também mostram que 62% das empresas já têm site próprio e que a maioria usa este canal para descrever produtos, listas de preços e fazer ligações (80,9%) ou referências (57%) a perfis de redes sociais da empresa. Três quintos utilizam meios de comunicação digital (social media) e quase todas (97,9%) usam redes sociais. Os números referentes a 2021, têm por base um inquério realizado pelo instituto entre março e junho.
Investimento em tecnologia aumentou 21,3% em 2020
Para 2020, o INE apurou que quase um quarto das empresas aumentaram investimentos em tecnologias da informação e que 21,3% iniciaram ou aumentaram esforços para vender bens ou serviços através da internet.
O comércio eletrónico representou 17% das vendas das empresas, no ano passado, menos 2,8 pontos percentuais que no ano anterior, refletindo o impacto de uma redução no volume de vendas entre empresas, menos vendas nos sectores dos transportes e do alojamento. Ainda por sectores, a restauração foi o sector onde as vendas online mais cresceram no ano passado.
Sublinha-se também que estes negócios online aconteceram, na maior parte dos casos, dentro do país. “Em 2020, 96,3% das empresas que efetuaram vendas de bens e/ou serviços através do comércio eletrónico fizeram-no para clientes localizados em Portugal, 49,7% em outros países da União Europeia e 35,2% no resto do mundo”, revelam os resultados do Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Empresas.
“Em todos os setores de atividade económica predominaram os clientes localizados em Portugal, variando de 100% na Construção e atividades imobiliárias e no Alojamento e restauração, a 84,6% na Informação e comunicação”, acrescenta ainda a mesma fonte.
Importa referir aqui que o INE considera comércio eletrónico todas as vendas de bens e serviços que resultem de uma interação eletrónica através da Internet, quer estas se realizem através de um site, apps, portais de comércio eletrónico ou intercâmbio eletrónico de dados (EDI).
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