Imagine um MUPI ainda mais dinâmico que os atuais, que deixaram de ser estáticos para serem animados e até interativos, para algo segmentado, capaz de distinguir se a pessoa que está a ler a publicidade é masculino ou feminino, adulto ou criança, se está sozinho, em par ou em família. E a partir daí decide que tipo de informação passa, conseguindo dessa forma captar a respetiva atenção do público. Se para o homem faz sentido aparecer publicidade a uma máquina de barbear, talvez para uma mulher aquela nova linha de cosmética…
Esta é a proposta da startup suíça Advertima, cuja sua solução de computer vision e analítica comportamental permitiu-lhe angariar 15 milhões de euros numa ronda de investimento de Série A. O objetivo é construir uma plataforma de machine learning para substituir os sistemas atuais que se encontram nas lojas de retalho. Um upgrade à experiência de ir às compras, baseado em analítica de comportamento em tempo real.
A plataforma da Advertima é alimentada por sensores visuais, e é capaz de oferecer informação em tempo real do que se está a passar nas lojas. A inteligência artificial alimenta os sistemas de analítica de comportamento e demografia dos visitantes enquanto estes percorrem o espaço. A tecnologia dará assim aos lojistas mais ferramentas para melhor compreender e servir os seus clientes. A empresa garante que a sua tecnologia tem ainda funcionalidades tais como gestão inteligente de stock e checkout autónomo.
No entanto, os especialistas afirmam que este tipo de tecnologia que segmenta a informação deve ser usada com cuidado, para que o seu efeito não seja exatamente o contrário do pretendido. Os problemas associados à inteligência artificial, no que diz respeito ao reconhecimento fácil aplica-se aqui, para que as sugestões não assustem as pessoas, incluindo enganos no género ou identificação das idades. Além disso, informações demasiado assertivas podem levantar questões da privacidade e os clientes sentirem-se desconfortáveis e intimidadas.
A empresa garante que não utiliza reconhecimento facial na sua solução ou qualquer dado biométrico específico. E mesmo o contacto visual necessário para o sistema analítico funcionar não armazena imagens e vídeos. O sistema processa dados mínimos de forma anónima, e de uma forma agregada. “Isto significa que qualquer identificação não intencional de uma pessoa é tecnicamente impossível”, afirma um dos responsáveis do projeto, citado pelo Tech Crunch.
Para além dos 15 milhões angariados, a empresa vai investir 10 milhões do seu bolso para as operações previstas para os próximos dois anos, que incluem a construção da plataforma e expansão das suas operações a nível internacional. No seu blog, o CEO da startup refere que a sua tecnologia pode ser adaptada aos ecrãs digitais digitais, permitindo que supermercados e outras lojas abertas ao retalhos aumentem a eficiência, melhorando as suas receitas e obtendo mais retorno por metro quadrado.
E tudo isto focado numa estratégia de uma experiência de compras cada vez mais individualizada, fácil e divertida. A pandemia da COVID-19 obrigou a aguçar o engenho das empresas e adaptarem-se a uma nova realidade, permitindo assim reduzir a exposição dos funcionários e clientes ao coronavírus.
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