Joshua Browder, um jovem de 22 anos, formado de fresco de Stanford, desenvolveu uma aplicação que poderá ser bastante útil para quem subscreve serviços para experimentar, mas depois esquece-se de cancelar, sendo debitado no mês seguinte a primeira mensalidade, por vezes, sem usufruir do mesmo. Foi o caso do jovem, que teve a ideia depois de descobrir que lhe tinha sido cobrado um ano de ginásio sem ter utilizado para além do período experimental, conforme reporta a Wired.
O seu esquecimento custou-lhe caro, mas deu-lhe a ideia de desenvolver uma aplicação, o Free Trial Card, que simula os dados do cartão de crédito para que possa registar contas de teste sem o medo de expor os dados bancários e eventual cobrança por esquecimento. A aplicação permite registar um nome falso, assim como morada e endereço de email para registar a conta gratuitamente. Assim que o período experimental acaba, este faz o cancelamento automaticamente da conta.
Na prática, poderá utilizar o cartão virtual para subscrever o Netflix e o HBO, por exemplo, e findo o trial, a conta é cancelada sem ser cobrada a mensalidade seguinte. Ainda assim, os utilizadores precisam registar o seu mail real na plataforma DoNotPay, para que lhe sejam encaminhados emails enviados pelas empresas dos serviços que subscreveu. A startup torna-se assim uma espécie de intermediário entre o consumidor e as empresas que prestam os serviços.
Esta não é a primeira solução prática do jovem. Anteriormente, desenvolveu a aplicação DoNotPlay que basicamente é um robot advogado, capaz de ajudar a disputa de multas, por exemplo. Esta incentiva as pessoas a informarem-se primeiro antes de pagar as eventuais infrações, com ferramentas de submissão de casos para análise em caso de dúvida.
As aplicações da família DoNotPlay, que pretendem ajudar as pessoas a evitar pagamentos indevidos, mereceu uma ronda de financiamento, tendo amealhado 4,6 milhões de dólares na primeira chamada.
De notar que durante o teste, a repórter da Wired confirmou a eficácia do sistema e até levou as coisas mais além, tentando fazer compras online através do mesmo sistema, mas foi rejeitado. Isto porque a plataforma DoNotPlay é alimentado por uma rede de bancos comunitários, com o sistema a ser suportado por um cartão de crédito empresarial dado à startup para atuar como uma espécie de agente que paga os serviços pelos consumidores. Claro que o jovem inventivo não poderia utilizar o cartão para o seu projeto, e preferiu não mencionar o nome dos bancos envolvidos com receio de ser bloqueado.
Um especialista financeiro, contactado para dar a sua opinião da legalidade do serviço expressou alguns receios, visto que a plataforma foi desenhada para enganar as empresas que oferecem amostras gratuitas. Mas o jovem empreendedor, vestindo o fato de “Robin dos Bosques” é quem acusa essas empresas de enganar os seus clientes por cobrarem sem avisar a passagem do trial para serviço pago. Ainda assim, o jovem admite que o futuro é incerto para o serviço, pela linha cinzenta onde assenta.
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