Já na nona edição, o Encontro Nacional sobre Tecnologia Aberta, Linux 2011, voltou a reunir em Lisboa algumas das principais empresas de open source, mostrando que este é um ecossistema que continua em expansão e a criar valor para empresas e utilizadores.

"Há uma oportunidade para crescer acima do mercado e crescer em Portugal", sublinhou Eduardo Taborda, da Sybase, na sessão da abertura da conferência que decorre no Pólo Tecnológico de Lisboa.

A mensagem positiva, que aponta os vários domínios onde o Linux e as aplicações open source se têm desenvolvido, é sustentada em dados de mercado da IDC, mas que mostram também que o crescimento não tem sido o que era esperado.

É precisamente neste ponto que Raúl Oiveira, da IPBrick, pegou na sua intervenção para apontar o dedo a vários erros que estão a ser feitos no desenvolvimento de aplicações open source. A palavra-chave dos investimentos nas empresas é a produtividade, e nesta área as soluções proprietárias ainda batem o software open source pela facilidade de instalação, interconexão e conhecimento massificado da sua utilização e de soluções fáceis para os problemas.

"Não chega ao open source ser competitivo em preço", lembrou Raúl Oliveira, afirmando que é preciso provar o valor das soluções.

A falta de integração das aplicações, que continuam sem partilhar dados entre si e com o sistema, nomeadamente sobre os utilizadores da rede e a sua autenticação, a falta de integração e repetição de funções são erros apontados ao open source, que aqui deveria imitar o software proprietário e fazer ainda melhor.

Os recursos humanos são também uma das áreas consideradas fundamentais. "Existem muita dependência dos recursos" que não partilham informação e conhecimento das configurações, que são difíceis de substituir e caros, o que não se torna atrativo para as empresas que não querem ficar dependentes de um colaborador.

"É preciso termos um open source profissional com elevada integração, como no mundo proprietário", alerta Raúl Oliveira. Os servidores Linux têm de ser completamente compatíveis com o que existe, os desktops têm de se ligar de forma fácil aos servidores, as comunicações empresariais têm de ser totalmente compatíveis e as aplicações de negócio integradas.

"São tudo coisas que se podem fazer e que temos obrigação de fazer", afirma, garantindo que "se isto funcionar assim as aplicações proprietárias vão perder mercado".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico