Três anos depois da última edição presencial, o Lisboa Games Week volta abrir portas ao público na FIL, num ano em que os principais eventos retomam atividade após a pandemia. Os videojogos continuam a ser o principal veículo de atração do evento, mas existem diversos conteúdos e atividades para os visitantes participarem.
Desta vez, o evento está concentrado no pavilhão 4, notando-se o regresso meio tímido das marcas e fabricantes. A ausência mais notada é a da PlayStation, que em anos anteriores ocupava uma enorme área na entrada do certame, espaço que esta edição foi ocupada pela Nintendo, com dois palcos e várias consolas para mostrar algumas das suas novidades e títulos intemporais, como Super Smash Bros. ou Splatoon 3. Obviamente que as atenções estão viradas para o novo Pokémon Scarlet and Violet, que chega às lojas esta sexta-feira dia 18 de novembro, e que se encontra disponível para os fãs experimentarem.
A concentração num único pavilhão não impediu a organização de arrumar a “regra e esquadro” todas as ativações das marcas, oferecendo um pouco de tudo aos visitantes. E diga-se que para o primeiro dia o recinto estava bem cheio, sobretudo dos muitos alunos que chegaram em autocarros de várias escolas do país.
Uma viagem ao passado e um piscar de olhos ao futuro
Entre os jovens que pousavam para as fotografias, vestidos a rigor inspirados pelos seus heróis favoritos (cosplay), aos que procuravam jogar um pouco de tudo nas consolas espalhadas pelas diferentes áreas, o retro não faltou, com diversas máquinas arcade concentradas no centro do pavilhão.
Esta edição ficou também marcada pela estreia da presença do museu Load ZX Spectrum, com uma pequena amostra dos microcomputadores e videojogos dos anos 1980. E era curioso como alguns dos jovens olhavam com estranheza, mas entusiasmados com títulos lançados muito antes de terem nascido. O espaço chamou a atenção pela presença do Sinclair C5, a mota elétrica inventada por Sir Clive Sinclair, o pai do famoso microcomputador 48K. Mas mais que ter jogos para experimentar, o objetivo do museu era partilhar um pouco da história dos microcomputadores que tiveram grande sucesso em Portugal.
Veja na galeria fotografias do Lisboa Games Week 2022:
Outra estreia no Lisboa Games Week foi a Riot Games, a editora de jogos como League of Legends e Valorant, que repete a presença em Portugal depois de ter lançado um mapa inspirado em Lisboa, divulgado durante o Rock in Rio no verão. No espaço da Riot, além de os fãs poderem experimentar alguns títulos da editora (inclusive os indie da Riot Forge), era possível tirar uma fotografia com green screen e ver-se inserido num dos cenários dos jogos. O gigantesco white board convidava os fãs a deixarem as suas mensagens e desenhos, deixando a sua marca com a editora.
Mas se os videojogos clássicos foram celebrados, os olhos também estão postos no futuro, ou melhor presente, com as diversas experiências de realidade virtual disponíveis. Felizmente, nada de metaverso neste evento.
Velocidade, adrenalina e muita competição
Os simuladores de condução também fizeram as delícias dos visitantes, procurando estar o máximo de tempo agarrado ao volante dentro dos cockpits disponíveis. As corridas parecem ser um dos atrativos do Lisboa Games Week, com o expositor da Nacom e diversos computadores a correr o mais recente WRC; como a portuguesa Saber Porto montou um palco gigantesco para mostrar o seu mais recente jogo Dakar 2022.
Os eSports não poderiam faltar no evento. Os fãs da equipa FTW podem comprar diversos itens de merchandising ou mesmo ter a sorte de encontrar alguns dos seus jogadores e streamers favoritos como Stadodo ou Movemind. No fundo do pavilhão, do lado oposto à entrada, estava o gigantesco palco de competições, onde se vão realizar diversas finais nacionais. Na visita do SAPO TEK, estava a decorrer a final de Rocket League. Durante os quatro dias, os fãs das competições poderão assistir às finais de LP LOL, VCE e aos campeonatos de velocidade e Endurance Sim Racing da FPAK eSports.
Fora das competições profissionais, os visitantes podem entrar nas arenas Free2play e jogar títulos como FIFA 23, Fortnite, CS: GO, Valorant, Nintendo Switch Sports e Mario Strikers Battle League Football, entre outros.
Tal como nas últimas edições do Lisboa Games Week, os visitantes puderam visitar as bancadas de vendas de merchandising de cultura pop, com itens de videojogos, filmes, anime e séries televisivas, das famosas action figures às t-shirts, bonés e claro, as famosas Funko Pops. Estas pequenas lojas foram os espaços onde registámos mais movimento, mesmo que isso não significasse negócios constantes. Mas as figuras são apelativas e variadas, com preços nem sempre simpáticos.
Se a Nintendo serviu de “guardião” à entrada do Lisboa Games Week, a Microsoft voltou a estar presente, não com consolas Xbox, mas a promover o Game Pass no PC, disponibilizando duas ilhas com portáteis para os visitantes experimentarem alguns títulos. A Fnac, a Radio Popular e a PC Diga montarem mini-lojas com diversos produtos de eletrónica, com promoções especiais dedicados ao evento.
Os videojogos produzidos em Portugal também tiveram alguma presença no evento, com a exposição de jogos finalistas do PlayStation Talents, novos Talentos FNAC para a área de videojogos, projetos dos alunos da Lusófona e novidades dos estúdios indie. Um dos presentes foi a Fun Punch, o estúdio vencedor da primeira edição do PlayStation Talents Portugal, a demonstrar o seu novo videojogo, Plastic Heroes, um FPS direcionado aos mais novos, que mistura elementos de roguelite, com títulos de ação com disparo automático, como Vampire Survival. É como se o jogador tivesse de enfrentar hordas de inimigos com pistolas da Nerf.
No auditório estão prometidas novidades da Criative Playground e o Dame Dev Camp. A conferência Game Audio Track quer abrir a porta à partilha de experiências e de novidades da indústria de produção de música para videojogos, assim como dar a conhecer as mostrar as possibilidades deste mercado em expansão.
O SAPO TEK trocou algumas palavras com alguns dos jovens presentes no Lisboa Games Week, que demonstraram grande entusiasmo por estarem rodeados de “coisas boas”. Vieram pelas escolas e tentavam organizar-se nas filas para conseguirem jogar o máximo de jogos possível. Mas as máquinas árcade eram o principal ponto chamariz, demonstrando que nem a geração mais nova resiste aos sons dos flippers a bater na bola. E PlayStation? “PlayStation tenho em casa, as máquinas só em eventos como este”, disse um dos jovens que já tinha experimentado as árcades durante o Rock in Rio.
O Lisboa Games Week vai pode ser visitado até ao próximo domingo, dia 20 de novembro e cada bilhete custa 16 euros, válido para um dos dias do evento.
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