Cuidar da pele pode parecer algo simples e, para alguns, algo trivial. Mas, para quem se preocupa com o skincare, encontrar o que funciona para a sua pele e tentar fugir às tendências virais nas redes sociais e à desinformação que circula online não é uma missão fácil.

Para a L’Oréal, a resposta para o problema está na tecnologia. Ainda no início do ano, na CES 2025, o grupo da área da cosmética apresentou uma nova solução, chamada Cell BioPrint, concebida para fazer análises personalizadas da pele, perceber como é que ela está a envelhecer e o que pode ser feito para retardar esse processo de maneira mais eficaz.

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Em entrevista ao SAPO TEK, Guive Balooch, Global Managing Director da L’Oréal, conta que a ideia para o Cell BioPrint tem por base “um problema fundamental nos cuidados de pele: a escolha do produto certo”.

“Nove em cada dez mulheres sentem frustração ao tentar encontrar os produtos adequados, passando meses a experimentar diferentes opções através de tentativa e erro”, explica o responsável. "Encontrar os produtos de skincare adequados é difícil e frustrante. Quase 80% das pessoas baseiam-se na tentativa e erro para descobrir que produtos funcionam para elas".

L'Oréal | Cell BioPrint
L'Oréal | Cell BioPrint Guive Balooch, Global Managing Director da L’Oréal créditos: Grupo L'Oréal

Embora já existam métodos, inclusive mais tecnológicos, que permitem avaliar o que se passa à superfície, “o que as pessoas realmente querem saber é o que irá acontecer à sua pele, e não apenas o que já é visível”.

Para tal, a solução recorre à proteómica, um ramo da biologia molecular, que centra na análise das proteínas presentes em organismos, tecidos ou células. Segundo Guive Balooch, esta é uma das áreas em que a equipa de Advanced Research da L'Oréal se tem vindo a focar e, de uma parceria com a startup sul-coreana NanoEnTek, nasceu o BioCell Print.

Graças à tecnologia desenvolvida foi possível identificar os biomarcadores únicos na pele, que são capazes de “indicar componentes-chave da sua saúde e longevidade”, afirma o responsável.

Como funciona o Cell BioPrint?

Primeiro, uma tira de pele adesiva é colocada na bochecha e, de seguida, numa solução. Guive Balooch detalha que a solução é depois carregada para um cartucho e inserida no Cell Bio Print para a análise.

Ao analisar proteínas extraídas das células cutâneas, o dispositivo “identifica os marcadores-chave associados ao envelhecimento e a diversas condições da pele”, indica, acrescentando que a análise revela “o estado atual da pele e potenciais fragilidades”.

À medida que o Cell BioPrint analisa a amostra recolhida, outro equipamento, chamado Skin Connect, capaz de captar “imagens da pele com uma ampliação 10 vezes superior à do olho humano”, tira várias do rosto e os utilizadores preenchem um breve questionário sobre preocupações com a pele.

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Além de uma análise para ajudar a compreender a idade biológica da pele, a L'Oréal afirma que o Cell BioPrint também permite perceber a resposta da pele a determinados ingredientes, como o retinol, apresentando recomendações personalizadas para tratar preocupações atuais e prevenir problemas futuros.

Como explica Guive Balooch, a tecnologia foi submetida a “testes rigorosos” e que “foram testadas mais de 1.000 pessoas com diferentes tons e tipos de pele”. “Os estudos clínicos continuarão em 2025”, avança o responsável.

Sendo o Cell BioPrint um dispositivo tecnológico que recolhe dados sobre os utilizadores, a segurança e privacidade são uma preocupação. De acordo com o Global Managing Director da L’Oréal, “todos os dados são completamente anónimos”. “Trabalhamos sempre em conformidade com as autoridades e organismos reguladores”, realça.

Primeiros testes comerciais começam este ano

Os primeiros testes comerciais com o Cell BioPrint vão começar este ano na Ásia, sob a alçada de uma marca do grupo L'Oréal e, segundo Guive Balooch, serão divulgadas em breve mais informações sobre em que países específicos será lançada a tecnologia.

Para a L'Oréal, o Cell BioPrint enquadra-se numa visão mais ampla para o futuro dos cuidados de pele personalizados. “O crescimento do mercado global de skincare é impulsionado por consumidores que procuram mais informação e soluções eficazes e personalizadas”, afirma o responsável.

O foco nas soluções personalizadas, baseadas em tecnologia, também está presente noutras criações  lançadas pelo grupo, como o ColorSonic. Revelado na CES 2022, este gadget foi desenvolvido para facilitar a coloração capilar em casa e chegou ao mercado norte-americano no ano passado. Na galeria que se segue, pode ver algumas das soluções tecnológicas lançadas pela L'Oréal.

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