Um grupo de investigadores da universidade de Washington em St. Louis, nos EUA, desenvolveu um par de óculos inteligentes que permitem detetar em "direto" quais as células cancerígenas que um indivíduo pode ter no corpo. O cirurgião que usar o equipamento vai ver as células contaminadas a azul, distinguindo assim o que precisa de ser removido do que ainda está saudável.

Desta forma, afirmam os investigadores, as operações para remoção de tumores e outras partes infetadas tornam-se mais precisas e podem inclusive evitar futuras cirurgias. "Dores associadas, inconveniência, ansiedade, tempo e despesas podem ser eliminadas", diz em comunicado a investigadora Julie Margenthaler, a propósito de outros problemas associados aos doentes de cancro.

Como as células cancerígenas são difíceis de detetar, mesmo quando vistas através de um equipamento de amplificação, o equipamento tem um grande potencial do ponto de vista do doente. Aos olhos dos médicos com os óculos as partes do corpo afetadas pelo cancro vão brilhar na cor azul, por causa de um agente molecular que é aplicado no tecido. Os óculos vão ser capazes de detetar tecido cancerígeno com apenas um milimetro de tamanho.

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"O nosso objetivo é garantir que nenhum cancro fica para trás", comentou o coordenador principal do projeto, Samuel Achilefu.

Os investigadores já realizaram a primeira operação com os óculos anti-cancro no dia 10 de fevereiro, mas de acordo com a imprensa internacional, ainda há um longo caminho a percorrer até que o equipamento esteja na sua fase final e esteja disponível para especialistas de todo o mundo.

A aplicação de smartglasses à medicina já tinha sido demonstrada inclusive em Portugal, quando foram realizadas as primeiras operações em território nacional com recurso aos Google Glass. Mas no caso do equipamento da gigante norte-americano os usos são para já mais didáticos do que clinicamente práticos.


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