(Actualizada)
O mercado de computadores em Portugal registou no segundo trimestre do ano um crescimento acima do esperado, revelam os números da IDC Portugal. Ao todo durante os meses de Abril, Maio e Junho, as fabricantes colocaram nas lojas 151.180 equipamentos, num crescimento de 26 por cento face ao período homólogo de 2004.



Gabriel Coimbra, da IDC Portugal, admitiu ao TeK que a subida de 26 por cento neste trimestre está ligeiramente acima das expectativas da consultora, mas em linha com a tendência prevista pela IDC.



Apesar do crescimento em relação ao período homólogo, os números indicam porém um decréscimo de 1,6 por cento em relação aos volumes de equipamentos colocados no mercado no primeiro trimestre. "O primeiro e o segundo trimestres sempre apresentaram volumes muito semelhantes. Como não existe um padrão definido, não há nenhuma evidência estatística que comprove uma tendência de declínio em função destes resultados", afirma Gabriel Coimbra.



No primeiro trimestre os números da IDC Portugal apontam para a colocação no canal de revenda de 153.591 equipamentos, numa subida de 20,7 por cento em relação ao trimestre homólogo. Nestes primeiros três meses do ano o segmento de PCs cresceu 14 por cento, enquanto o de notebooks aumentou 30,6 por cento e o de servidores 27,5 por cento.


Na comparação entre os dois trimestres deste ano as variações são negativas, com todos os segmentos a registarem números inferiores de vendas em relação aos três primeiros meses do ano. Nos desktops foram colocados nas lojas menos 1,2 por cento de equipamentos, enquanto nos notebooks as perdas são de 1,7 por cento e nos servidores a descida é de 4,8 por cento.



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HP mantém liderança

Na discriminação por marcas, a HP mantém a liderança global na venda de equipamentos no segundo trimestre, com uma quota de mercado de 26,5 por cento, continuando igualmente em primeiro ligar na venda de desktops e servidores. A empresa apresentou crescimento de vendas em todas as áreas em relação ao trimestre homólogo, embora os números tenham caído em relação aos valores reportados nos primeiros três meses do ano.



No segmento de portáteis o primeiro lugar de vendas continua a ser ocupado pela Acer, com uma subida de 157,3 por cento em relação ao segundo trimestre de 2005. A empresa tem vindo a mostrar um forte crescimento e foi das poucas empresas que melhorou os números em relação aos valores do primeiro trimestre de 2005. Esta performance permitiu à marca sustentar o segundo lugar no ranking global de vendas de equipamentos, conseguindo uma quota de 8,7 por cento.



A maior descida cabe à Solbi/Citydesk, que apresenta um crescimento negativo de 27,7 por cento e cai para quinto lugar no ranking global. A integradora portuguesa apresenta um volume de vendas de 8.350 equipamentos, com 6.638 computadores desktop, uma área onde desde 32 por cento e cai para terceira posição.



Rodrigo Ferreira Neves, Gestor de Marca Solbi, explica ao TeK que "esta descida está associada à forte pressão sofrida pelos fabricantes nacionais por parte de grandes marcas internacionais que, colocaram no mercado notebooks a preços inatingíveis por parte das marcas nacionais". A empresa garante porém estar preparada recuperar mercado nos meses mais fortes, que são os três últimos do ano.



Uma nota também para a Lenovo, que aparece pela primeira vez nos números da IDC Portugal após a aquisição da divisão de PCs da IBM. No segundo trimestre de 2005 a marca aparece em oitavo lugar do ranking global, com vendas de 3.680 equipamentos.



Comparando estes números com as vendas da IBM no trimestre homólogo a IDC revela uma quebra de 36,4 por cento, que aumenta para 47 por cento de crescimento negativo na área de desktops, compensada para uma subida de 6,7 por cento nas vendas de portáteis. Recorde-se porém que estes valores não incluem as vendas de servidores e desktop workstation.




Portáteis continuam a dinamizar sector

A crescente consciência do valor da mobilidade continua a garantir um crescimento de vendas no sector dos portáteis superior à das outras categorias de equipamentos. No segundo trimestre de 2005 os notebooks cresceram 56,6%, enquanto os desktops aumentaram apenas 10,7 por cento.



"Esta é uma tendência que já se manifesta há algum tempo. Este fenómeno deve-se à aproximação das funcionalidade e preços do PC Desktop com o PC Portátil, que apesar das diferenças ainda serem grandes em termos de preços, o valor da mobilidade é um factor cada vez mais importante na sociedade em que vivemos", analisa Gabriel Coimbra.



Jorge Borges, Product e Marketing Manager da Toshiba Portugal acredita também que a tendência de crescimento nos portáteis se irá manter. "A Toshiba sempre acreditou na mobilidade - por isso há 20 anos que somos pioneiros neste mercado, mantendo uma aposta fortíssima e quase exclusiva nos PCs portáteis", sublinha.



A redução do preço dos notebooks tem ajudado também à maior apetência por parte dos utilizadores, já que a diferença entre um desktop e um notebook é mais reduzida. "Acreditamos que muito em breve o mercado de portáteis deverá representar mais unidades que o mercado de desktops", defende o gestor de produto da Toshiba.



A marca japonesa está actualmente em terceiro lugar no ranking dos computadores portáteis em Portugal, depois de já o ter liderado. No segundo trimestre do ano a Toshiba cresceu 25 por cento mas os números indicam vendas de menos cerca de 2 mil unidades em relação ao trimestre anterior.



Jorge Borges desvaloriza esta questão. "Os dados apresentados apenas reflectem sell-in ao canal e não a realidade do mercado. Não querendo minimizar esta perspectiva, são para nós mais importantes as vendas efectivas a end-users e nesse aspecto, segundo os dados que dispomos no 2º trimestre não perdemos market share (que se situa nos 25%), continuamos a crescer em linha com o mercado e acima das nossas expectativas e reforçámos a nossa liderança no segmento profissional", realçou em declarações ao TeK.



Em relação à queda para terceira posição no ranking, o gestor de produto da Toshiba afirma que não concorre "para campeonatos de facturação, nem para encher o stock das lojas". "A acentuada descida dos preços não é apenas resultado das economias de escala e traz consigo alguns perigos para o utilizador, pois implica necessariamente redução na qualidade dos produtos e seus componentes, como também o desinvestimento no suporte ao longo da vida útil dos equipamentos. Claramente não é este o posicionamento da Toshiba", complementa


Previsões positivas para o ano de 2005

As previsões globais da IDC para Portugal apontam para um crescimento neste ano de 19 por cento, com vendas de 715 mil máquinas, adiantou Gabriel Coimbra. Os portáteis deverão continuar a crescer a acima da média, numa subida esperada de mais de 30 por cento, mantendo um peso de cerca de 40 por cento do total de equipamentos vendidos em Portugal.



Rodrigo Ferreira Neves, Gestor de Marca Solbi, adiciona uma nota mais moderada a estas expectativas. "Pensamos que no terceiro trimestre ainda se vai sentir o reflexo da conjuntura económica que Portugal está a atravessar e o crescimento será difícil e só será retomado no último trimestre do ano".


Nota da Redacção: [2005-08-30 17:33:00] A Casa dos Bits solicitou também os comentários da Solbi, HP e Acer, mas até à hora de publicação desta peça não foi possível obter estes depoimentos.
[2005-08-30 18:12:00] A notícia foi actualizada com a introdução dos comentários da Solbi.

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