A Microsoft anunciou
ontem, terça-feira, o Government Security Program, uma iniciativa que visa
disponibilizar aos governos e agências de segurança de vários países "acesso controlado e sujeito a determinadas restrições de licenciamento" ao código fonte do Windows, tentando desta forma travar a adopção do sistema operativo open-source Linux por parte do sector público.
Esta acção partilha algumas características com o Government Shared Source Licensing Program, que foi
introduzido em Abril do ano passado. Mas ao contrário deste, a iniciativa
agora apresentada é mais abrangente em termos do número de países elegíveis, embora a possibilidade de um país participar dependa da atitude do seu governo em relação à propriedade intelectual.
Segundo Craig Mundie, director tecnológico da gigante do software, a Rússia e a NATO foram as primeiras a aderir ao programa, e países como o Brasil, Índia e a China são elegíveis. Deste grupo, apenas o Brasil estava abrangido nos termos do anterior programa. A Microsoft espera que cerca de 60 governos e agências internacionais venham a juntar-se a esta iniciativa de segurança. A empresa encontra-se actualmente em negociações com cerca de 20 organizações.
Nos termos do novo programa, 97 por cento do código fonte das versões do Windows para PCs, servidores e PDAs estarão disponíveis online para os governos inspeccionarem e testarem. Para acederem aos restantes três por cento - relativos à tecnologia mais confidencial -, os representantes governamentais terão que se deslocar à sede da Microsoft, em Redmond, no estado norte-americano de Washington.
Os governos poderão escolher o seu próprio software de criptografia e integrar esse código no Windows, em lugar da tecnologia da Microsoft, para além de poderem controlar a sua própria tecnologia de identificação e autenticação para fins de privacidade e segurança por cima do Windows.
Mais de duas dezenas de países, incluindo a China e a Alemanha, estão a
incentivar as suas agências a utilizarem software open source, como o sistema operativo Linux, desenvolvido por programadores que distribuem gratuitamente o código e doam o seu trabalho para que a comunidade remova os bugs e melhore as aplicações. Isto porque, no Linux, os programadores têm acesso total ao código fonte, ao passo que a Microsoft manteve grande parte da tecnologia do Windows secreta.
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