A Microsoft está a testar uma tecnologia que promete ajudar a combater a proliferação do vírus Zika e de outras doenças infecciosas em geral. Com base no estado do Texas, nos Estados Unidos, o Project Premonition quer acelerar os processos de identificação de infeções com origem na picada de mosquitos e garantir um consistente tratamento de dados, estabelecendo calendários para a eventual chegada da doença a cada território, dizem responsáveis da empresa.

Na base das experiências está uma nova “armadilha” tecnológica que a Microsoft desenvolveu e que tem sem dúvida um aspeto high-tech, sendo “a maior inovação nesta área em décadas”, afirmam os responsáveis pelo projeto. Trata-se ainda de um protótipo, mas tem como missão permitir fazer automaticamente o que os cientistas do ramo fazem à mão ou não fazem de todo. “É mil vez melhor e mais rápido, efetivamente”, explica Mustapha Debboun, um dos envolvidos no projeto e diretor da divisão de controlo de doenças do Harris County, o condado do Texas onde a tecnologia está a ser testada.

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A armadilha captura o mosquito e recolhe amostras de sangue. No interior da “máquina” estão dois micro-processadores, alimentados por baterias portáteis (para facilitar a utilização em localizações mais remotas), que recolhem os respetivos dados e enviam toda a informação instantaneamente para a “nuvem”, para possibilitar um tratamento imediato em laboratório. Sistemas de inteligência artificial encarregam-se de fazer a distinção entre os dados relativos a cada espécie de inseto.

O equipamento permite recolher informação relativa a determinada espécie de mosquito apenas, em vez de ser necessário envolver dados sobre conjuntos mais vastos de insetos, que incluem moscas, melgas e outras tipologias. Passam a ser conhecidos pormenores sobre data de captura do mosquito, bem como sobre os indíces de temperatura e humidade sob os quais o mosquito se deslocou.

“Temos em mãos uma quantidade de informação como nunca antes sobre o comportamento do mosquito que dá origem ao vírus Zika e sobre os insetos em geral”, congratula-se Ethan Jackson, o investigador da Microsoft que lidera o Project Premonition.