
A inteligência artificial é boa parte do presente da tecnologia e parte ainda maior do seu futuro. A ideia pode até não ser transversal a todos os profissionais do sector, mas se a postura da Microsoft quanto ao assunto tivesse de ser definida em poucas palavras, esta seria certamente uma das frases a ponderar.
Com várias apostas no segmento, que se contam já entre vários produtos materializados para o consumidor final, a tecnológica de Redmond deu agora a conhecer o que se segue: democratização.
Num comunicado publicado esta semana, a empresa faz um paralelismo que explica a necessidade civilizacional deste processo: "Consideremos o início da era moderna da informação. Com a chegada da imprensa no século XV, assistimos a uma explosão de informação - a primeira vaga de democratização que tornou possível aos humanos de todo o lado começar a aprender". Desde aí, a Microsoft acredita que apenas o tempo tem constrangido as nossas capacidades e que é na inteligência artificial que reside a solução.
Para a tecnológica a IA não é apenas um sistema que serve para fazer demonstrações de capacidade em jogos de xadrez, mas uma forma de ajudar o Homem a alcançar mais do que as constantes e as variáveis naturais lhe deixam. E através da absorção e do processamento sistemático de informação, a Microsoft quer estimular a adopção de mecanismos de IA com a massificação das suas ferramentas.
Doravante, pode esperar que todas as aplicações da marca tenham um "quê" de inteligência. Funcionalidades de intuição e aprendizagem constante que o podem ajudar a completar tarefas ou a lembrar-se de pormenores que o cérebro esqueceu.
Aliás, é sinteticamente assim que a empresa vê o amanhã. Uma sociedade em que "a inteligência artificial muda fundamentalmente a forma como interagimos com o ambiente computacional".
Mas com a ideia de democratização bem presente, a tecnológica anuncia ainda que as suas tecnologias de capacidade cognitiva não serão restritas ao seu domínio intelectual, mas, em vez disso, abertas a qualquer programador. No futuro, outra ajuda preciosa: o "mais poderoso supercomputador de inteligência artificial" que será disponibilizado a todos através da cloud.
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Até à data, a Microsoft considera que a sua experiência no ramo tem sido positiva. Com pouco mais de dois anos de vida, a Cortana já deu resposta a mais de 12 mil milhões de perguntas formuladas por utilizadores e acompanha diariamente cerca de 113 milhões de utilizadores.
Mas a inteligência vai ser aplicada a outro software. Para destacar a ideia de que a IA não vem apenas em forma de assistentes virtuais, a empresa dá outros exemplos de aplicações que têm e estão a ganhar mais componentes de capacidade cognitiva como a Microsoft Pix, a MilelQ, a SwiftKey ou o próprio Office.
Para a comunidade de "makers", há ainda novas ferramentas que já marcam presença em sistemas de outras indústrias; como a Interface de Programação de Aplicações (API) da Cortana que já é utilizada na saúde, na agricultura ou no sector automóvel; ou o Bot Framework, uma ferramenta que permite aos programadores desenvolver inteligência artificial nas suas próprias apps.
Há ainda uma cloud à disposição de todos, a Azure. "A mais poderosa, a mais inteligente e a mais flexível", nas palavras da empresa. Na manga, há componentes programáveis (FPGA) em adição. Várias, que, segundo escreve em comunicado, serão suficientes para traduzir as 1.440 páginas da obra Guerra e Paz de russo para inglês em apenas...dois segundos e meio. Para o supercomputador em desenvolvimento, bastaria um décimo de segundo para traduzir, nas mesmas línguas...toda a Wikipedia.
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É isto que a Microsoft quer dar a toda a gente. No entanto, deixa um aviso a quem deseja deitar as mãos a estas tecnologias. É importante que os criadores de novas ferramentas tomem boas decisões, que se foquem sobretudo no "benefício humano, na transparência e na responsabilidade".
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