Morreu John McCarthy, um dos principais responsáveis pela evolução no domínio da inteligência artificial e o homem que a nomeou, descrevendo o conceito como "a ciência e a engenharia capazes de dar inteligência às máquinas".

O cientista norte-americano, que foi também o inventor da linguagem de programação Lisp, destinada à criação de "máquinas inteligentes", faleceu este domingo, 23 de outubro. Tinha 84 anos.

Nascido a 4 de setembro de 1927, concluiu o doutoramento aos 24 anos, em Princeton - onde estudou matemática, com o Prémio Nobel da Economia John Nash. Em 1971, e com 44 anos, McCarthy ganhava o prémio Turing da Association for Computing Machinery pela sua contribuição determinante no campo da inteligência artificial.

Recorde-se que a primeira apresentação pública do termo que haveria de ser usado para designar aquela área do conhecimento aconteceu em 1955, quando foi usada na proposta de realização da Conferência de Verão de Dartmouth para a Inteligência Artificial, um evento hoje considerado fulcral para o desenvolvimento da IA.

Em 1991 venceu a Medalha Nacional da Ciência.

De acordo com Daphne Koller, professora do laboratório de inteligência artificial da universidade de Stanford familiarizada com o trabalho do especialista e entrevistada pela Wired, a palavra que melhor define John McCarthy é "intransigente".

"Ele acreditava na inteligência artificial e na sua utilização para construir máquinas que replicassem, efectivamente, o nível de inteligência humano e, por isso, estava muito descontente com muita da IA dos nossos dias, que fornece aplicações muito úteis mas está centrada na aprendizagem das máquinas", explicou a responsável, citada pela revista.

Lester Earnest, que trabalhou com McCarthy no MIT, destacou o papel do cientista no desenvolvimento dos sistemas de e-sharing, fundamentais à computação moderna.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico