A administração pública da cidade alemã de Munique já poupou perto de 11 milhões de euros com a opção de usar software open source. Os responsáveis locais preferiram utilizar uma distribuição própria de Linux em vez de instalarem Windows nos computadores dos trabalhadores.

O relatório apresentado - e citado como exemplo pela associação de open source portuguesa, a ESOP - estima que 80% dos 15500 computadores que pertencem à administração da cidade bávara já estejam a funcionar através de LiMux, a distribuição Linux criada pelos alemães. As poupanças financeiras foram calculadas tendo por base o valor que está a ser gasto atualmente com o uso de programas em código aberto, e com o suposto gasto caso fosse usado o sistema operativo Windows e o Microsoft Office.

O software da gigante norte-americana teria custado até esta altura cerca de 11,6 milhões de euros, através da aquisição de licenças e compras de atualizações. A solução pelo Open Office junto com o sistema operativo Windows reduziria a despesa até aos 7,4 milhões de euros. Mas o Open Office combinado com a distribuição LiMux custou à administração de Munique perto de 270 mil euros.

Num cenário mais abrangente, os custos totais do licenciamento de software, manutenção, treino e salários dos funcionários da administração pública para adoção das ferramentas Microsoft teria ficado por 34 milhões de euros, enquanto as mesmas despesas mas relativas aos programas em código aberto cifraram-se em 23 milhões de euros.

A administração bávara terá ainda poupado algum dinheiro por não ter feito atualizações de hardware, que em alguns casos teria que ser feita para poder rodar as novas versões dos softwares da Microsoft.

Este parece ser um exemplo do quotidiano em como a migração para os projetos open source pode trazer algumas vantagens para as administrações públicas, sobretudo no corte de despesas relacionadas com as TI. Ainda assim, vale a pena salientar que os resultados podem variar de situação para situação, dependendo do número de software contratados e do número de trabalhadores envolvidos e os seus custos de sustentabilidade.

Segundo a ComputerWorld, o caso de Munique parece já ter convencido outras cidades alemãs. A administração local de Leipzig, inspirado pelo sucesso da Baviera, também já adotou soluções open source e migrou 3900 de 4200 de computadores para o Open Office.

Nota de redação: Foi acrescentado o link para o relatório da administração de Munique


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