Harvey Mason Jr., CEO da The Recording Academy, afirmou esta semana que a organização vai considerar músicas com elementos criados por inteligência artificial para a atribuição de Grammys. Mason Jr. explicou, contudo, que tal não acontecerá com as faixas que forem maioritariamente geradas por IA. Para serem reconhecidas, as músicas terão de ser cantadas ou tocadas maioritariamente por humanos.
"Vamos permitir que sejam submetidas músicas com IA, mas os Grammys só serão atribuídos a criadores humanos que contribuíram criativamente para as suas criações", disse, em entrevista ao site Grammy.com. "Se existir uma voz artificial a cantar ou um instrumento artificial a tocar, consideraremos a música. Mas numa categoria de lírica, por exemplo, o prémio será sempre atribuído a canções cuja letra tenha sido maioritariamente escrita por uma pessoa. E o mesmo se aplica às categorias de performance", remata.
As declarações do CEO vedam, assim, os maiores prémios da música a algumas das faixas mais virais de 2023, como a falsa colaboração que juntou vozes artificiais de Drake e The Weeknd em "Heart on My Sleeve" ou as músicas geradas artificialmente por utilizadores de software generativo, como o Boomy.
Fica a dúvida de como se classificarão a música de Holly Herndon, que recorreu a uma versão artificial da sua própria voz para criar uma cover de Jolene, de Dolly Parton, ou a nova música dos The Beatles que Paul McCartney está a criar com a ajuda de uma IA que trará de volta a voz John Lennon e expandirá uma demo gravada pelo artista britânico em 1978.
Mason reconhece que a inteligência artificial vai transformar a indústria da música e que a Recording Academy tem de participar na definição dos "limites de segurança". Para o efeito, Mason confirma que a organização já se reuniu com plataformas de streaming, artistas, empresários e outros líderes da indústria para aferir qual pode ser o seu escopo de influência neste debate.
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