
Utilizar a mente para controlar tecnologia é um desejo antigo que nunca se chegou a concretizar num produto consistente para o consumidor final. A Neurable, no entanto, acredita ter o que é preciso para transformar os nossos pensamentos em autênticos comandos de realidade virtual.
A empresa está a exibir um dos seus últimos protótipos funcionais e os primeiros utilizadores dizem-se satisfeitos com a experiência.
Com recurso a um HTC Vive equipado com sensores de electroencefalografia e tecnologia de monitorização ocular, a empresa consegue estabelecer contacto com a atividade cerebral do utilizador. Num dos exercícios demonstrados à imprensa, um jornalista da Venture Beat conta que foi levada para um ambiente imersivo onde flutuavam vários objetos à sua frente. Ao ouvido, um dos responsáveis pela demonstração pedia-lhe que se focasse num desses objetos e pensasse firmemente em "agarrá-lo". "Repeti-o algumas vezes para vários objetos e todas as tentativas foram bem sucedidas", afirma.

O nível de dificuldade subiu depois deste exercício, mas nem por isso o resultado foi menos satisfatório. Desta vez, foi-lhe pedido que pensasse apenas no objeto que queria agarrar sem que olhasse para ele. Mesmo de olhos fechados, sem vislumbrar o panorama geral de coisas que flutuava à sua frente, o jornalista conseguiu sempre apanhar a peça em que pensou.
Como explica o CEO da Neurable, Ramses Alcaide, o equipamento desenvolvido pela sua empresa é capaz de detetar flashes instantâneos no cérebro mesmo que estes sejam registados no subconsciente do utilizador.
A tecnológica está prestes a estrear o seu primeiro jogo. Chama-se Awakening e deve ser jogado inteiramente sem quaisquer controlos manuais. O protagonista é uma criança, com poderes telecinéticos, que deverá escapar do laboratório onde se encontra enclausurada para servir de cobaia a uma série de experiências macabras. O objetivo é que o jogador recorra aos seus poderes para controlar objetos e derrotar inimigos, mas, claro, de forma mais realista, reproduzindo, no mundo real, as técnicas virtuais do seu herói.
Com o jogo, a empresa vai ainda disponibilizar um kit de desenvolvimento para que outros criadores da indústria possam integrar o sistema nas suas propostas.
A demo, de acordo com os primeiros jogadores, tinha todos os mecanismos limados, funcionando em perfeita sintonia com a mente dos utilizadores. "Assim que eu pensei na palavra "agarrar" o objeto voou na minha direção", escreve a publicação.
Alcaide considera que o "futuro das interações em realidade mista" residem num "ecossistema de soluções que incorpora voz, controlos gestuais e monitorização ocular", sendo que o elo de ligação que faltava para todo esse "puzzle" são as interfaces entre "cérebro e computador". "Precisamos de um sistema que impeça a ação de acontecer até que o utilizador queira mesmo que ela aconteça", e é aí que "as interfaces de comunicação entre cérebro e computador entram", afirma.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Mistério resolvido: pequenos jatos ajudam a explicar o “famoso” vento solar -
Site do dia
Nokia Design Archive é uma viagem no tempo aos primeiros telemóveis da fabricante finlandesa -
App do dia
Diga adeus ao caos das receitas guardadas no Instagram com a app Recipe Reel -
How to TEK
A Google enviou um alerta de falta de espaço? Apague primeiro o “lixo” antes de pensar num upgrade
Comentários