A Nintendo admitiu hoje que terá de cancelar a produção das GameCube por tempo indeterminado. Na origem da decisão está o elevado stock que a empresa acumulou nos últimos meses, mesmo depois de reduzir os preços de venda ao público da consola.
O anúncio foi feito pelo presidente da empresa Satoru Iwata, adiantando que a marca se pretende afastar das mais recentes evoluções da indústria de jogos. A sofisticação e complexidade dos jogos não agradam ao patrão da Nintendo. O responsável considera mesmo que o facto de os jogos serem altamente sofisticados "tem contribuído para a frustração dos utilizadores e consequente retracção das vendas". O facto de alguns jogos "levarem meses até serem concluídos acaba por fazer com que os utilizadores moderem as compras de novos jogos", acrescenta em declarações citadas pela BBC.
A estratégia da Nintendo para o futuro passa pelo regresso ao passado. A empresa pretende voltar aos jogos mais tradicionais "mais fáceis e mais divertidos" e acredita ser este o segredo para voltar aos níveis de vendas de outros tempos. Ainda este ano a Nintendo espera apresentar uma nova versão do mítico Donkey Kong, lançado na década de 80. Outras novidades só na primavera do próximo ano mas seguindo a mesma linha estratégica: jogos para toda a família.
A Nintendo foi a primeira marca a afirmar-se no mercado das consolas com o sucesso do Mário (um feito que conseguiu repetir na área dos game boys com o Pokemon) e o recuo da empresa é agora entendido como um movimento perigoso, já que o mercado parece evoluir no sentido oposto.
Não obstante uma série de medidas - como o corte nos preços - para evitar uma tomada de posição mais drástica a empresa não conseguiu evitar a paragem da produção, colhendo ainda os frutos de uma tímida aposta em jogos mais atractivos.
No último trimestre a empresa vendeu apenas 80 mil GameCubes, contra uma previsão de vendas na ordem dos 6 milhões de unidades, aumentando ainda mais a distância para a sua principal rival. As duas empresas parecem agora ter definitivamente seguido caminhos distintos. Enquanto a Sony se prepara para lançar uma nova versão da Play Station, já no próximo ano a Nintendo aposta num regresso às origens.
Embora os resultados das principais concorrentes sejam menos modestos, a redução nas vendas tem afectado a generalidade dos players a actuar nesta área. A Sony reportou uma queda nas vendas da Play Station na ordem dos 42%, face ao segundo trimestre de 2002, o que em números representa a venda de menos 2 milhões de unidades, para um total de 2,65 milhões de consolas. A Microsoft não forneceu números para o segundo trimestre mas garante ter atingido resultados acima dos registados no trimestre anterior.
A aposta da segunda classificada neste ranking parece manter-se nas sequelas dos jogos mais emblemáticos, bem como nos jogos online - uma aposta que a Nintendo se recusa a reforça, antes de ver novos progressos na oferta dos seus concorrentes. Seguindo esta estratégia a Microsoft estima colocar no mercado 16 milhões de consolas até ao final do primeiros semestre do próximo ano. Até ao final do trimestre os dados apurados revelavam que a PS2 tinha vendido 51,2 milhões de unidades, contra 9,55 milhões da GameCube e 9,4 milhões da Xbox, da Microsoft.
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