Foi formalizada em Janeiro a criação de uma nova associação em Portugal, especializada na área da segurança da informação, que pretende alertar a sociedade para este tema e ajudar à tomada de consciência dos riscos, aumentando os níveis de defesa. A Associação Portuguesa para a Promoção da Segurança da Informação, que assume a sigla AP2SI, tem já uma linha de atuação definida e várias medidas desenhadas para implementar durante o ano de 2012.

“Em Portugal há pouca sensibilização para as questões de segurança. Muitas organizações não têm consciência dos riscos que correm e que podem afetar gravemente a sua atividade […] Estes riscos têm um lado económico que também se reflete na vida das pessoas”, explicou ao TeK João Barreto, presidente e fundador da associação que agrega vários profissionais do sector.

Embora algumas entidades e associações já façam algum trabalho de sensibilização na área de segurança, João Barreto admite que é sempre em linhas muito gerais e pouco especializadas, pelo que a AP2SI quer ir mais longe “e definir ‘como’ aumentar a segurança, com critérios e particularidades desta área, e com um contributo mais ativo”.

As fragilidades na segurança de informação não se limitam às empresas e organizações, estendendo-se aos utilizadores individuais, que podem ver a sua privacidade ameaçada e também o seu dinheiro. E há ainda a considerar a defesa da segurança nacional, já que os profissionais que criaram a AP2SI acreditam que as infraestruturas nacionais não estão devidamente salvaguardadas.

“Faltava um grupo de pensamento que emitisse pareceres que possam ser aproveitados pelos decisores e pelas empresas na área da segurança da informação”, adianta João Barreto. A ideia de criar a associação surgiu da parte de dois grupos distintos, um deles ligado à organização mensal de um encontro de profissionais, a Confraria da Segurança.

Este é um encontro que a AP2SI quer manter, entre outras linhas de ação definidas já à partida, que passam por iniciativas de sensibilização, participação em meios e a produção de documentos numa base de conhecimento que vai ser criada online.

Por isso a associação vai procurar trabalhar junto das várias áreas: as empresas, os profissionais do sector, os utilizadores individuais, o Estado e também as Universidades e centros de formação, de forma a aumentar a preparação de profissionais qualificados e reduzir o gap entre a indústria e a academia.

Para ajudar as empresas a distinguirem melhor as suas escolhas na área da segurança a AP2SI quer definir critérios pelos quais os profissionais devem ser comparados, quer em termos de currículos dos cursos superiores quer em certificações nesta área. E com estas especificações João Barreto admite também que as Universidades e os próprios profissionais recebem uma indicação clara sobre quais as áreas onde devem investir para serem mais qualificados.

“Os profissionais qualificados nesta área são pouquíssimos, contam-se pelos dedos das mãos”, refere, lembrando que hoje a segurança da informação é tanto gestão como engenharia e se tornou uma disciplina transversal, que abarca desde a segurança física na portaria da empresa à forma como um administrador usa o seu iPad.

Para já a AP2SI está a desenhar o seu portal, uma plataforma institucional onde vai dar a conhecer os seus objetivos e onde serão colocados os conteúdos considerados relevantes nesta área. Quem se quiser juntar à associação poderá em breve encontrar nesse site, registado em www.ap2si.org mas ainda em beta, os formulários de inscrição para sócios individuais e institucionais.

A participação de todos os profissionais do sector é considerada fundamental para poder alargar o âmbito de ação da associação, já que todos serão chamados à colaboração nas várias atividades e em grupos de trabalho que possam desenvolver as diversas iniciativas já planeadas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador

Nota da Redação: Foi corrigido o link, retirando o espaço que estava a mais