por Cristina Alexandra Ferreira(*)


A JD Edwards passará a ocupar um lugar mais central na estratégia da Oracle para o mercado de PMEs na Europa, anunciou a empresa. Numa conferência de imprensa em Londres, onde explicou que pretende apostar forte no mercado de PMEs e que a marca JD Edwards será o veículo para o fazer, sobretudo nos sectores de crescimento rápido como o manufacturing, distribuição e sectores de capital intensivo. Este reforço da aposta no mercado de PMEs irá ainda materializar-se na duplicação da actual rede de parceiros, de 40 para 80.



Do leque de produtos dirigido a este segmento faz também parte o Oracle eBusiness Suite Special Edition, um ERP pré-configurado e instalado dirigido a empresas com 10 a 500 empregados, de acordo com o posicionamento da Oracle, que se manterá fora da oferta comercial da rede de parceiros JD Edwards.



A Oracle garante ter 3 mil clientes europeus, dentro do segmento PME, mas na verdade esta é uma área em que tanto a empresa americana como a concorrente SAP se esforçam para aumentar quota, já que tradicionalmente as PMEs procuram soluções mais à medida do seu bolso.



Reajustadas ambas as ofertas para tentar chegar com mais eficácia ao mercado de PMEs, Juan Rada, responsável máximo pela Oracle EMEA, garante que a sua companhia tem vantagem numa análise ao Custo Total de Propriedade (TCO), com a principal concorrente, a SAP. O responsável garante mesmo que em toda a linha de produtos a empresa continua a crescer, mesmo com alguma concorrência mais agressiva baseada em preços mais baixos.



No mesmo evento, Charles Philips, presidente da companhia, explicou a uma plateia de clientes o road map da Oracle e os progressos no projecto Fusion, que irá juntar os produtos das companhias adquiridas pela Oracle - JD Edwards, PeopleSoft e Retek - numa única oferta. Conforme a empresa já havia anunciado no final do mês passado, o primeiro resultado deste esforço das equipas de investigação começará a tornar-se visível ainda antes do final do ano com a certificação dos primeiros produtos no âmbito da nova marca Oracle Fusion Middleware.



A designação abrange um conjunto de soluções (Oracle Application Server 10 g - Application Development Tools e J2EE Application Server; Web Services infraestructure; Enterprise Service Buses and integration; Business Process Management and Activity Monitoring; Business Inteligence Tools; Security and Identity Management; Enterprise Portals and Mobile - assim como Data Hubs e Oracle Collaboration Suite) que fazem a ponte entre base de dados e aplicações, promovendo uma melhor comunicação entre os dois extremos da cadeia.



Resultados mais concretos do Fusion só em 2007, admite Charles Philips que frisou, perante uma audiência de clientes, que "nenhuma mudança será forçada ou acelerada, a decisão será sempre do cliente".



Da mesma forma "é inútil esperar que um dia os nossos engenheiros saiam de uma sala onde estiveram cinco anos fechados com um software completamente novo", ironizou Jesper Anderson, vice-presidente da Oracle para a área de Application Development, para explicar que mesmo da parte da companhia os resultados do esforço de integração das três linhas de produtos será apresentado de forma progressiva.



Jesper Anderson explicou ainda que os principais metas do projecto Fusion passam pela criação de uma oferta mais automatizada, que permita um suporte ao cliente mais eficaz e o update automático das próprias actualizações que forem sendo lançadas fornecendo, por outro lado, mais informação ao cliente e ferramentas analíticas mais eficazes.



Importa sublinhar que as principais linhas de produtos JD Edwards e PeopleSoft só deixarão de ter suporte por parte da Oracle em 2013.




(*) Em Londres a convite da Oracle.



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