Sete pessoas, com idades compreendidas entre os 17 e 40 anos, foram detidas por suspeita da prática de crime informático, nomeadamente ataques de negação de serviço (DDoS), defacing de páginas Web, acesso indevido e roubo de dados. A investigação teve início em abril do ano passado, culminando numa operação de larga escala, denominada de C4R3T05 (Caretos).

Foram feitas 24 buscas domiciliárias tendo por base uma "larga recolha de informação e de material probatório", escreve a PJ em comunicado. Mas o número de provas forenses aumentou consideravelmente já que a polícia de investigação diz ter apreendido dezenas de sistemas informáticos durante a operação.

"A atividade destes grupos centrava-se no ataque frequente e lesivo a sistemas informáticos institucionais, públicos e privados", esclarece a PJ.

Além de prejudicarem o bom funcionamento das entidades que atacaram, os piratas informáticos são ainda responsáveis pela má imagem que trazem aos serviços e respetivas organizações responsáveis, assim como ajuda a diminuir no geral a confiança dos utilizadores na Internet.

"A Polícia Judiciária prossegue as investigações, no sentido de apurar a natureza e a extensão das conexões criminosas destes grupos, continuando a acompanhar casos concretos de fenómenos criminais semelhantes, relativos à prática, instigação, reivindicação ou apologia destes tipos de crimes", pode ler-se na informação tornada pública.

Os detidos vão ser presentes a um primeiro interrogatório judicial onde lhes serão dadas as respetivas medidas de coação. Um dos detidos é Rui Cruz, jornalista da publicação Tugaleaks, que dá conta de vários casos ligados a ataques informáticos em Portugal.

No documento da Polícia Judiciária não é feita nenhuma referência direta ao coletivo Anonymous Portugal, que reivindica a maior parte dos ataques informáticos feitos a entidades portuguesas.

De acordo com o Expresso as detenções têm por base ataques feitos ao Ministério Público, à própria Polícia Judiciária, ao Conselho Superior da Magistratura, à EDP e à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.

Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação sobre as detenções e os casos que despoletaram a investigação


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