No relatório anual de Internet da Symantec, relativo a 2009, Portugal surge na 7ª posição da lista de países europeus mais infectados com bots, uma posição acima do lugar ocupado no ano passado e que representa 5 por cento deste tipo de infecções em toda a Europa e 2 por cento das infecções mundiais.
Segundo os dados da empresa, todos os dias são infectados com bots 46.545 novos computadores, sendo que no final do ano estavam activas perto de 6,8 milhões de botnets.
Estas redes - que agregam computadores com falhas de segurança exploradas para que passassem a ser controlados de forma remota para fins que podem ser diversos - foram em 2009 responsáveis pela distribuição de 85 por cento do spam que circulou no correio electrónico.
Portugal apenas volta a ter destaque nas tabelas onde nenhum país faz questão de estar perto dos lugares de topo, por liderar a lista de países com maior número de distribuições do Changeup, a segunda família de código malicioso mais comum em 2009 na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). O vírus difunde-se através de discos externos e drives mapeadas para contactar com URLs externos.
Timóteo Menezes, responsável técnico da área de segurança da empresa em Portugal, explica que localmente as tendências são idênticas às verificadas na Europa e no mundo, comprovando a dimensão global da Internet.
Os consumidores individuais continuam a ser o principal alvo de ataques por serem também o elemento mais vulnerável no acesso à Internet. Os ataques de base Web ocupam um lugar de destaque nos esforços para fazer circular malware e está cada vez mais claro que o Office e o Windows, embora continuem a ser alvos privilegiados dos criminosos online, são cada vez menos a única prioridade.
As ameaças mais graves registadas pelas empresas de segurança no ano passado mostram ambas as tendências: uma maior diversificação na escolha dos produtos com vulnerabilidades exploradas com sucesso e perigosidade e a preponderância de serviços Web nessa escolha.
Encabeçam a lista dos ataques mais graves de 2009 o que visou o Internet Explorer e o PDF Reader, por exemplo. Nestas e noutras situações as fabricantes foram mais rápidas nas correcções, mas consumidores e empresas não acompanharam o ritmo.
A Symantec também dá especial relevo ao surgimento e banalização dos kits de ataques. Ferramentas prontas a usar para desenvolver ataques que podem visar áreas cada vez mais diversificadas. São uma forma de tornar o roubo de informação mais acessível a novos atacantes, vista pela empresa de segurança como um passo de relevo na banalização de alguns tipos de ameaças.
Um dos kits mais conhecidos deste género chama-se Zeus e a Symantec já detectou 90 mil variantes de código geridas por essa via.
Outra grande tendência registada pela empresa é o facto da actividade maliciosa ter cada vez mais origem em países emergentes. China, Brasil ou Índia ocupam lugares de destaque nesse "campeonato", embora no ranking mundial de produção de software malicioso os Estados Unidos se mantenham na liderança, seguidos da China e do Brasil. Contudo, é interessante notar que se o ano passado estava no quinto lugar desta tabela, o Brasil este ano já passou para terceiro.
Recorde-se que o TeK já tinha divulgada alguns dados do relatório, quando este foi apresentado internacionalmente.
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