As máquinas automatizadas dos nossos dias estão ainda longe dos robots de ficção científica, que andam, falam e pensam, mas um projecto europeu fez uma descoberta que vai permitir tornar mais natural a interacção entre máquinas e homens.



O projecto de investigação em robótica JAST - financiado por fundos europeus - descodificou o processo neurológico que é activado quando as pessoas trabalham em equipa e que, aplicado à robótica, deverá permitir criar robots capazes de antecipar decisões, fazer sugestões e colocar perguntas aos humanos que com eles interajam. Esta capacidade de antecipar acções pode tornar a interacção entre os robots e as pessoas mais fluida e natural.




O projecto existe desde 2004 e envolve cinco universidades, entre as quais se conta a Universidade do Minho.





A equipa multidisciplinar responsável por este projecto, que integra peritos não só em robótica mas também em psicologia e ciências cognitivas, desenvolveu uma máquina que, identificando um procedimento que aplica à tarefa que está a desempenhar em conjunto com uma pessoa, é capaz de prever as intenções do parceiro e tomar decisões.



Os estudos desenvolvidos pelos psicólogos e neurologistas do projecto verificaram que durante o trabalho em equipa o cérebro processa as acções observadas como se estivesse a fazê-las ele próprio. O cérebro analisa o que o outro faz, não só para imitação, mas também para escolher a mais adequada função complementar à que está a observar.



Os responsáveis pela robótica do projecto JAST desenvolveram um sistema que incorpora esta capacidade de observação e imitação. Os robots não observam para aprender - eles já conhecem a tarefa - mas identificam um procedimento, aplicam-no à tarefa em desempenho e rapidamente aprendem a antecipar ou identificar erros quando o parceiro não segue o procedimento correcto, ou expectável.