O plano do Governo russo para a implementação de uma plataforma de software livre própria vai começar a ser posto em prática. O novo sistema operativo deverá estar instalado em dois por cento dos computadores das instituições e organizações governamentais no final do primeiro ano de funcionamento, com o número a subir para os cinco por cento no ano seguinte.

O projeto de criação de uma plataforma alternativa aos sistemas proprietários foi anunciado em 2010, justificado pela intenção de poupar nos gastos com o pagamento de licenças. A médio prazo julga-se que as poupanças geradas poderão chegar aos 55,3 mil milhões de dólares, ou representar cerca de 80% do total despendido com tais recursos, relata a publicação Gazeta Russa.

O processo conheceu alguns avanços nos últimos meses, com a adjudicação da criação da plataforma à Penguin Software, em setembro, e com a entrega do plano de desenvolvimento pela mesma empresa no final do mês seguinte.

O plano do Governo russo para a criação de uma plataforma nacional de software acabaria por passar por alguns ajustes, sendo aprovado e devidamente registado dois meses depois e estará agora pronto a ser colocado em prática.

O investimento russo em software livre, contrasta com o caso espanhol e o caso alemão, que realinharam planos em sentido contrário.

Antes considerado como um dos porta-estandartes mundiais da aposta no open-source, o governo da região da estremadura espanhola, anunciou que iria desinvestir nos seus projetos de implementação de novas tecnologias baseadas em programas de código aberto por uma questão de custo, "um aspeto que se depreciou anteriormente e que levou a Administração a assumir gastos que excediam o lógico e o necessário".

Na Alemanha, o desinvestimento justifica-se pelas " críticas generalizadas dos utilizadores" e pelas dificuldades de resolução de "problemas de interoperabilidade".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé