O mundo ficou a conhecer, em 2014, que as forças militares norte-americanas controlam o seu sistema de mísseis nucleares através de tecnologia profundamente desatualizada. Uma investigação da série “60 Minutos” revelou que o sistema ainda usava disquetes de 5 1/4 polegadas.

Exemplo de disquete utilizada pelo SACCS
Exemplo de disquete utilizada pelo SACCS créditos: 60 Minutos

O Strategic Automated Command and Control System (SACCS) vai finalmente ser atualizado após meses de discussão no Congresso dos Estados Unidos. De acordo com o Tenente-coronel Jason Rossi, em entrevista ao website c4isrnet.com, o sistema vai tornar-se mais moderno, passando para uma “solução de armazenamento digital altamente segura”.

Um relatório do Government Accountability Office, um órgão legislativo do governo norte-americano, revelou que, em 2016, o SACCS ainda utilizava tecnologia da década de 70. O sistema de coordenação das operações de mísseis nucleares recorria não só a disquetes de oito polegadas para funcionar, mas também a computadores IBM Series/1.

Elementos do SACCS prontos a ser diagnosticados por equipas do 595th Strategic Communications Squadron
Elementos do SACCS prontos a ser diagnosticados por equipas do 595th Strategic Communications Squadron créditos: c4isrnet.com

Na altura o Departamento de Defesa norte-americano estava a planear a mudança do armazenamento, processadores e terminais pelo fim do ano fiscal de 2017. A Força Aérea dos Estados Unidos indica que foram feitas melhorias na velocidade de conceção do SACCS, no entanto, não revela se houve mais alterações.

“Não é possível «hackear» algo que não tem um endereço IP. É um sistema único – é antigo e é muito bom”

Para o Tenente-coronel Jason Rossi, ter um sistema com mais de 40 anos até traz algumas “benesses” a nível de segurança, mas manter ativo um sistema com essa idade não é fácil. A tarefa é tão exigente e requer um nível tão elevado de especialização que a Força Aérea Norte-Americana prefere contratar civil treinados na área da tecnologia. Os aviadores são apenas responsáveis por localizar falhas e problemas no SACCS e testar alguns componentes.

O hardware do SACCS pode ser antiquado, mas o seu software conta com uma constante atualização graças a programadores da Força Aérea. Os colaboradores têm como missão modernizar o código mais antigo e torná-lo mais sustentável.